Normalmente, os testículos, durante a vida fetal, são originados no abdome, chegando à bolsa escrotal antes do final da gestação a termo, ou seja, se a criança nascer medianamente prematura somente algumas semanas chegarão à posição habitual. A falta da descida do testículo ao escroto, localizando-se no abdome ou na região inguinal, denomina-se criptorquidia, podendo ser uni ou bilateral.

Esta anomalia ocorre em cerca de 1% dos meninos em torno de 6 meses de vida, quando é muito improvável, estatisticamente, que o testículo desça depois desta idade à bolsa escrotal. Não se localizando no escroto, o testículo passará a sofrer alterações histológicas precocemente, em torno de 1 ano de idade, devido à temperatura em que se situa ser 2 a 3 graus centígrados maior que a da bolsa escrotal.

Caso o menino não seja operado para corrigir a anomalia, complicações podem surgir como torção, hérnia inguinal, problemas psicológicos, esterilidade e até tumores na idade adulta. A idade mais apropriada para operar estas crianças é, atualmente, em torno de oito meses de vida e proporciona excelentes resultados.

O diagnóstico da doença é feito através do exame físico da região inguinal onde, geralmente, o testículo é palpado. Quando é impalpável, pode o testículo estar localizado no interior do abdome ou mesmo atrofiado, por provável torção durante a gravidez, que se constatará durante o ato cirúrgico.

Por fim, tem testículo que desceu normalmente à bolsa, porém, ocasionalmente, pode subir à virilha por ação do músculo cremaster, o qual envolve o cordão espermático. Esta situação denomina-se testículo retrátil, que não ocasiona, habitualmente, complicações e que, na puberdade, se localizará definitivamente na bolsa escrotal. Não necessita nenhum tipo de tratamento, mas apenas um seguimento anual com o médico especialista.