Artigos Médicos
O que você precisa saber sobre infecção urinária
Doença que pode acometer indivíduos de todas as faixas etárias e ambos os sexos, a infecção urinária ou ITU é mais comumente observada entre as mulheres adultas. Para os homens, é uma condição mais frequente na primeira infância e após os 50 anos, quando está associada a distúrbios prostáticos.
Decorrente da presença de agentes infecciosos no trato urinário, pode atingir desde a uretra/bexiga (cistite) até os rins (pielonefrite). Trata-se da infecção bacteriana mais comum e, normalmente, é causada por microorganismos que compõem a flora intestinal normal dos seres humanos.
O quadro clínico pode ser bastante variado e está relacionado à localização do processo infeccioso. Sendo assim, os sintomas vão desde disúria (ardência ao urinar), urgência/gotejamento miccional (intensa vontade de urinar com saída de pequena quantidade) até hematúria (sangue na urina), lombalgia (dor na região dos rins), febre e calafrios.
O diagnóstico, na maioria das vezes, pode ser feito apenas com a história clínica do paciente associada ao exame de urina. Quando possível, a urocultura é importante para melhor esclarecimento do agente causador, assim como para orientar o antibiótico a ser utilizado. No entanto, qualquer médico pode iniciar seu tratamento antes do resultado, podendo ajustar a medicação quando o exame estiver disponível.
A presença de dois ou mais episódios de ITU em um intervalo de seis meses caracteriza a infecção urinária de repetição e este é um dos principais motivos para a ida das mulheres ao consultório do urologista. Nestes casos, precisamos realizar exames de imagem como a ultrassonografia e um tratamento mais prolongado (profilaxia) para evitar ou, pelo menos, aumentar o intervalo de tempo entre os quadros.
A prevenção pode ser realizada através da ingesta adequada de água e evitando períodos prolongados "prendendo" a urina. As mulheres, como grupo mais vulnerável, devem ter alguns cuidados especiais, como realizar a higienização sempre de "frente para trás", urinar após a relação sexual, dar preferência ao uso de absorventes externos e roupas íntimas de tecidos de algodão, além de atenção quanto ao uso de "sabonetes íntimos", que podem modificar a flora vaginal, evitando o uso excessivo durante o dia.
Thiago Costa
CRM-PB: 6560
Especialidade: Urologia