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Artigos Médicos
O fumante passivo
Publicada em 28/08/2005 às 00h
Se um cigarro é aceso dentro de casa, no bar ou no local de trabalho, as pessoas ali presentes, independente da distância em relação ao fumante, vão inalar todas as 4.720 substâncias da fumaça diluída no ambiente. São consideradas, portanto, fumantes passivas.
Do cigarro, exalam duas fumaças distintas: a corrente primária, inalada diretamente pelo tabagista, e a corrente secundária, que corresponde à quela fumaça azulada que sobe em espiral (linda) da ponta do cigarro. Esta última contém 3 vezes mais nicotina, 3 vezes mais monóxido de carbono e 50 vezes mais substâncias cancerígenas. Não precisa muita reflexão para concluir que essa fumaça é muito mais inalada pelo fumante passivo.
Faringites, resfriados, crises de asmas e rinites são as doenças mais freqUentemente vinculadas à ação direta da fumaça do cigarro em pessoas que convivem com fumantes. Estudos recentes revelam que esposas de tabagistas com hábito de fumar dentro de casa apresentam uma probabilidade 2,5 maior de contraírem câncer de pulmão do que aquelas sem contato com fumaça de cigarro. Sabemos hoje que de cada 100 carcinomas de pulmão diagnosticados, 90 estão diretamente relacionados com o tabagismo. Dos 10 casos restantes, 4 ocorrem em fumantes passivos.
A inalação involuntária da amônia e dos aldeídos contidos na fumaça do cigarro favorece ainda o surgimento da bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Já a ação vasoconstrictora da nicotina, com o respaldo do monóxido de carbono, pode ser decisiva no desencadeamento de picos hipertensivos e até infartos do miocárdio em pessoas não fumantes que mantêm contatos freqUentes com a fumaça do cigarro.
É interessante observar que enquanto o tabagista tem consciência de todos os males produzidos pelo cigarro, dificilmente vamos encontrar um fumante passivo plenamente informado dos riscos à saúde que está submetido. Os programas de combate ao fumo ao longo dos anos 90 tiveram o grande mérito de disseminar na sociedade a idéia de que fumar é um ato nocivo e anti-social. Deixaram, no entanto, uma grande lacuna: não conscientizaram devidamente o fumante passivo.
Fica portanto aqui registrado o apelo para que amanhã, Dia Nacional de Combate ao Fumo, marque o início de uma tomada de consciência por parte do fumante passivo no sentido de reivindicar e defender seu direito de respirar ar puro."
Do cigarro, exalam duas fumaças distintas: a corrente primária, inalada diretamente pelo tabagista, e a corrente secundária, que corresponde à quela fumaça azulada que sobe em espiral (linda) da ponta do cigarro. Esta última contém 3 vezes mais nicotina, 3 vezes mais monóxido de carbono e 50 vezes mais substâncias cancerígenas. Não precisa muita reflexão para concluir que essa fumaça é muito mais inalada pelo fumante passivo.
Faringites, resfriados, crises de asmas e rinites são as doenças mais freqUentemente vinculadas à ação direta da fumaça do cigarro em pessoas que convivem com fumantes. Estudos recentes revelam que esposas de tabagistas com hábito de fumar dentro de casa apresentam uma probabilidade 2,5 maior de contraírem câncer de pulmão do que aquelas sem contato com fumaça de cigarro. Sabemos hoje que de cada 100 carcinomas de pulmão diagnosticados, 90 estão diretamente relacionados com o tabagismo. Dos 10 casos restantes, 4 ocorrem em fumantes passivos.
A inalação involuntária da amônia e dos aldeídos contidos na fumaça do cigarro favorece ainda o surgimento da bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Já a ação vasoconstrictora da nicotina, com o respaldo do monóxido de carbono, pode ser decisiva no desencadeamento de picos hipertensivos e até infartos do miocárdio em pessoas não fumantes que mantêm contatos freqUentes com a fumaça do cigarro.
É interessante observar que enquanto o tabagista tem consciência de todos os males produzidos pelo cigarro, dificilmente vamos encontrar um fumante passivo plenamente informado dos riscos à saúde que está submetido. Os programas de combate ao fumo ao longo dos anos 90 tiveram o grande mérito de disseminar na sociedade a idéia de que fumar é um ato nocivo e anti-social. Deixaram, no entanto, uma grande lacuna: não conscientizaram devidamente o fumante passivo.
Fica portanto aqui registrado o apelo para que amanhã, Dia Nacional de Combate ao Fumo, marque o início de uma tomada de consciência por parte do fumante passivo no sentido de reivindicar e defender seu direito de respirar ar puro."
Sebastião de Oliveira Costa
CRM-PB: 1630
Especialidade: Pneumologia e Alergologia. Dr. Sebastião é presidente do Comitê de Tabagismo da Associação Médica da Paraíba e membro da Comissão de Tabagismo da Associação Médica Brasileira