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Artigos Médicos
O adolescente e o cigarro
Publicada em 29/05/2005 às 00h
Todas as estatísticas confirmam que de cada 10 pessoas que aderem ao hábito de fumar, 9 estão na faixa etária de 12 a 19 anos. Considerando que todo ano 5 milhões de brasileiros se tornam fumantes, vamos concluir que em 2005, 4 milhões e 500 mil adolescentes vão se tornar dependentes da nicotina.
A adolescência é o período em que está sendo formada e sedimentada a personalidade do jovem. Esta situação fragiliza o adolescente, transformando-o em presa fácil dos apelos publicitários que associam o cigarro a esportes e ao sucesso total. Trata-se de uma estratégia da indústria do cigarro para atrair esse contingente populacional e compensar a perda do consumo ocasionada pelos adultos que, a cada dia, param mais de fumar.
Convencer um adolescente a deixar o cigarro é uma tarefa árdua. Em primeiro lugar, os sintomas relacionados ao hábito de fumar quase nunca surgem antes dos 10 anos de tabagismo. Por outro lado, dificilmente um jovem vai se preocupar com a idéia de que 20 ou 30 anos mais tarde poderá desenvolver um enfisema ou câncer de pulmão.
Num estudo realizado dentro do nosso trabalho de recuperação de fumantes, de 330 tabagistas que se propuseram a parar de fumar, nenhum deles tinha menos de 10 anos de tabagismo. A maioria absoluta - 71% - fumava há mais de 20 anos.
Se a redução do consumo de cigarro na população é naturalmente atribuída aos programas de combate ao fumo e ao recurso dos consultórios médicos, na adolescência a situação é muito mais complexa e passa freqUentemente pelas relações do ambiente familiar. Filho de pais fumantes, mais fácil e mais cedo vai se tornar dependente da nicotina.
31 de maio é o Dia Mundial de Combate ao Fumo, uma excelente oportunidade para que todos os pais, fumantes ou não, reflitam com mais responsabilidade sobre a possibilidade de seus filhos se tornarem dependentes de uma droga que, apesar de (ainda) socialmente aceita, tem um potencial de provocar dependência igual ou superior à maconha e à cocaína."
A adolescência é o período em que está sendo formada e sedimentada a personalidade do jovem. Esta situação fragiliza o adolescente, transformando-o em presa fácil dos apelos publicitários que associam o cigarro a esportes e ao sucesso total. Trata-se de uma estratégia da indústria do cigarro para atrair esse contingente populacional e compensar a perda do consumo ocasionada pelos adultos que, a cada dia, param mais de fumar.
Convencer um adolescente a deixar o cigarro é uma tarefa árdua. Em primeiro lugar, os sintomas relacionados ao hábito de fumar quase nunca surgem antes dos 10 anos de tabagismo. Por outro lado, dificilmente um jovem vai se preocupar com a idéia de que 20 ou 30 anos mais tarde poderá desenvolver um enfisema ou câncer de pulmão.
Num estudo realizado dentro do nosso trabalho de recuperação de fumantes, de 330 tabagistas que se propuseram a parar de fumar, nenhum deles tinha menos de 10 anos de tabagismo. A maioria absoluta - 71% - fumava há mais de 20 anos.
Se a redução do consumo de cigarro na população é naturalmente atribuída aos programas de combate ao fumo e ao recurso dos consultórios médicos, na adolescência a situação é muito mais complexa e passa freqUentemente pelas relações do ambiente familiar. Filho de pais fumantes, mais fácil e mais cedo vai se tornar dependente da nicotina.
31 de maio é o Dia Mundial de Combate ao Fumo, uma excelente oportunidade para que todos os pais, fumantes ou não, reflitam com mais responsabilidade sobre a possibilidade de seus filhos se tornarem dependentes de uma droga que, apesar de (ainda) socialmente aceita, tem um potencial de provocar dependência igual ou superior à maconha e à cocaína."
Sebastião de Oliveira Costa
CRM-PB: 1630
Especialidade: Pneumologia e Alergologia. Dr. Sebastião é presidente do Comitê de Tabagismo da Associação Médica da Paraíba e membro da Comissão de Tabagismo da Associação Médica Brasileira