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Artigos Médicos
Coronavírus
Publicada em 14/02/2020 às 18h
Surgiu em meio à efervescência dos anos 60, infectando o aparelho respiratório de muita gente, especialmente crianças.
Durante todos esses anos, passeou pelo organismo de muitas pessoas sem nunca despertar a atenção das autoridades sanitárias, pela amenidade dos sintomas, semelhante a um resfriado comum.
De toda a família, os irmãos gêmeos ALPHA e BETA coronavírus são os mais bem comportados e os que chegaram primeiro.
Já em 2002, quem apareceu foi o SARS-CoV, causador da Síndrome Respiratória Aguda Grave, cheio de agressividade e com a mania de mandar o infectado para a UTI.
Dez anos depois, quem deu as caras lá pelo oriente foi MERS-CoV, também com elevada potencialidade e responsável pela Síndrome Respiratória do Oriente Médio.
Até aí tudo bem! Apesar de toda a agressividade, esses dois vilões eram pobres em poder de transmissibilidade, sem produzir grandes epidemias.
As autoridades sanitárias, que não deram a mínima para os irmãos ALPHA e BETA, começaram a se preocupar, quando no dia 31 de dezembro, numa investigação rigorosa, encontraram em alguns chineses a ovelha negra da família, que atende pelo nome de nCoV-2019.
Esse, sim, com grande poder de transmissibilidade, infectividade e letalidade.
Das 59.800 pessoas que adquiriram a COVID-19 (nome oficial da doença) no “continente” chinês, até a última quarta-feira (12), 1.300 não resistiram e o vírus nCoV-2019 segue invadindo vários países, indicando fortemente ser um inimigo a ser combatido com todas as armas de prevenção, higienização e conscientização da sociedade.
A transmissão ocorre como em qualquer virose respiratória. De pessoa a pessoa através do espirro, da tosse, gotículas de saliva no falar. Pode ainda ocorrer no toque de objetos contaminados e no aperto de mãos, levadas depois à boca, ao nariz, aos olhos.
Quatorze dias é o período que vai do contato com o vírus até o surgimento dos primeiros sintomas - tosse, febre, dificuldade de respirar, que pode evoluir para um caso mais grave de insuficiência respiratória irreversível, e o óbito é inevitável.
Apesar de todas as potencialidades desse vírus que anda assustando o mundo, uma notícia mais suave que vem lá do Ministério da Saúde: os coronavírus apresentam uma transmissão menos intensa que o vírus da gripe e, portanto, o risco de maior circulação mundial é menor.
De qualquer maneira, todas as antenas ligadas para captar tosse e febre em pessoas que visitaram recentemente as terras de Mao Tsé-Tung.
Sebastião de Oliveira Costa
CRM-PB: 1630
Especialidade: Pneumologia e Alergologia. Dr. Sebastião é presidente do Comitê de Tabagismo da Associação Médica da Paraíba e membro da Comissão de Tabagismo da Associação Médica Brasileira