Artigos Médicos
Qualidade de vida na longevidade
Permito-me abordar, ainda que sucintamente, o tema da qualidade de vida dos que alcançaram a “idade venerável”, e tornam bem mais vulneráveis a doenças cardíacas; neuromusculares, artroses e neoplasias malignas, entre outras. Sem dúvida, os cuidados necessários à obtenção de uma boa saúde na senescência (envelhecimento fisiológico ou natural), ou na senilidade (com doenças), devem preceder a concepção, quando já há indicação de consultas e exames pré-nupciais que possam excluir patologias que possam ameaçar a vida do concepto, como sífilis, toxoplasmose, rubéola e chicungunya, suscetíveis de causar malformações congênitas; doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS, e, na mulher sexualmente ativa, como no homem, pesquisa de “HPV”, causador do CA de colo uterino e de pênis.
Bateria mais abrangente de exames deverá ser realizada no pré-natal, oportunidade em que a gestante deverá receber, também, vacinas específicas. No parto e no pós-parto, mães e crianças deverão receber assistência médica integral. O recém-nascido deve ser avaliado logo ao nascer, amamentado por, no mínimo, seis meses (ideal dois anos). Antes da alta hospitalar, ele fará o “teste do pezinho”, que pode revelar ou excluir a presença de fatores causadores de condições graves que necessitam de urgente tratamento, e ser vacinado contra a tuberculose. Na infância e na juventude, são indicadas vacinas contra infecções, inclusive, para os jovens de ambos os sexos, a que previne contra o vírus da HPV. Depois dos sessenta anos, todos devem ser imunizados contra infecções respiratórias e meningite.
Em todas as idades, a alimentação deverá ser de boa qualidade e moderada nos volumes, com restrições, conforme o caso, de sódio (HA), açúcares (diabéticos) e de gorduras que elevem o colesterol. Fundamentais são os controles da PA arterial, do diabetes e da obesidade; abstenção ou limitação do uso abusivo de drogas lícitas, afugentado as ilícitas. Máxima vigilância na prevenção de quedas e acidentes domésticos e dos que decorram da violência urbana e do trânsito.
A prática de exercícios físicos regulares é sempre salutar. Revisões periódicas de saúde com especialistas da medicina nas diversas áreas configuram-se mandatórias. Tudo isso conduzirá a uma velhice autônoma e independente, em benefício do desempenho das normais atividades cotidianas – locomover-se, banhar-se, vestir-se, etc., ou as instrumentais, como dirigir, usar computadores ou telefones, por exemplo, ou, quem sabe, cultivar habilidades e talentos em relação às várias expressões da divina arte.
Sebastião Aires de Queiroz
CRM-PB: 475
Especialidade: Pediatra e médico do trabalho