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Imunidade à cândida

Publicada em 09/03/2008 às 00h

A candidíase (monilíase) vulvovaginal recorrente é caracterizada pela ocorrência de quatro ou mais episódios no período de 12 meses. Estima-se que aproximadamente 75% das mulheres adultas apresentem pelo menos uma crise em sua vida, sendo que destas, 40% a 50% vivenciarão novos surtos e 5% atingirão o caráter recorrente.

A principal fonte de leveduras vaginais é o trato gastrointestinal, através de um processo chamado transmissão endógena, ou seja, auto-inoculação. A via sexual também é aceita, o que torna a candidíase uma doença sexualmente transmissível. No homem, 11% das inflamações recorrentes da glande são causadas pela C.albicans. A expressão da relação parasita/hospedeiro depende do balanço entre a virulência do microorganismo e as defesas do hospedeiro.

Do ponto de vista do hospedeiro, doenças imunossupressoras, diabetes, gestantes, uso de antibióticos, estrogenoterapia, assim como alguns tipos de atos sexuais, uso habitual de roupas muito justas ou de fibras sintéticas, além da dieta alimentar muito ácida, predispõem à infecção. Fortes indícios têm mostrado que a candidíase recorrente está relacionada com uma depressão na resposta imune o que permitiria certa "tolerância" da mucosa vaginal ao fungo.

Os médicos têm se defrontado com "pessoas sadias" apresentando surtos de candidíase resistentes ao tratamento com antifúngicos. Nestes casos, deve-se testar a resposta imune cutânea à C.albicans e o imunologista avaliar a necessidade de um tratamento imunológico coadjuvante.
Roseanne Dore Soares

Roseanne Dore Soares

CRM-PB: 1598

Especialidade: Alergista e imunologista

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