Artigos Médicos

Pulando a fogueira

Publicada em 21/06/2013 às 17h

A partir da década de 70 do século passado foi que a sociedade despertou para os perigos provocados pela queima de fogos de artifício causados pela solta de balões, pelas fogueiras feitas em nossas ruas, e também em lugares mais distantes como os sítios.

Nessa época, ainda não era tão difundida a cirurgia plástica e o que sobrava era o medo das queimaduras e suas sequelas. Não havia muito conhecimento por parte da população das reparações que já eram possíveis.

A cirurgia plástica foi se difundindo e a sociedade foi se esclarecendo quanto ao benefício que essa especialidade podia trazer, não só em termos de tratamento de urgência, como as sequelas deixadas por essa patologia como as retrações das dobras do corpo e aquelas que afetam órgãos nobres (pálpebras, nariz e boca).

Anualmente, as campanhas de esclarecimento vêm aumentando e abrangendo cada vez mais a população, até mesmo as pessoas de lugares isolados da cidade, devido aos meios de comunicação.

E a pergunta feita pelos leigos é sempre a mesma: o que fazer nos casos de queimadura?

A resposta será sempre a mesma: levar o paciente para um serviço especializado para uma avaliação adequada, tendo em mente que não é só o perigo de morte que será avaliado, mas as possíveis sequelas provocadas pela queimadura em determinados locais nobres.

A mão, por exemplo, se não for devidamente tratada, poderá ter retrações e a perda de movimentos da mesma.

Quanto aos tratamentos caseiros, nenhum deles é válido e não traz benefício algum para o paciente. Para diminuir o desespero dos familiares, recomenda-se o uso de água fria no local para diminuir o queimor, sabendo-se que essa melhora só permanece enquanto estiver usando a compressa fria.

Somente com uma analgesia bem feita por um profissional da área, através de analgésicos e anti-inflamatórios, é que podemos debelar a dor do paciente.

Estou repetindo o que já foi dito por vários colegas, no entanto, temos que ter em mente que a sociedade se renova, onde crianças transformam-se em jovens, sem contar com os turistas que procuram nossos estados (Nordeste) e que são oriundos de estados onde os festejos juninos são completamente diferentes dos nossos.

 

Roberto Fernando C Meira

Roberto Fernando C Meira

CRM-PB: 3133

Especialidade: Cirurgia Plástica Restauradora

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