Artigos Médicos
Coronavírus e as doenças psicossomáticas
As consequências do estresse mental são bastante conhecidas de todos. As emoções podem alterar o equilíbrio das glândulas endócrinas, prejudicar a circulação sanguínea e a pressão arterial, impedir a digestão, modificar o ritmo respiratório e a temperatura do corpo.
O Sistema Nervoso Autônomo é o gerador das sensações corporais, que você identifica como “emoções”. As pessoas sentem os “pés frios”, ficam “geladas de medo”, têm um “bolo na garganta” ou apresentam “ânsia de vômitos”, por alguém ou alguma situação conflitante. Dessa forma, as emoções são fenômenos físicos, existindo dentro do organismo sob a forma de “sensações”.
Um longo período de tensão emocional pode causar sérias alterações que abrem caminho para as doenças
É relato comum entre os estudantes da área de saúde, que ao ouvir pacientes sobre suas doenças, passam a sentir e se diagnosticarem com as mesmas.
O Surto de coronavírus despertou de forma semelhante em toda a humanidade, somatizações devido ao elevado grau de ansiedade gerado. Os sintomas comuns são: a sensação de “falta de ar”, o “coração disparado”, extremidades frias, dormência, formigamento, diurese aumentada, diarréia, tontura e sensação de morte iminente.
O isolamento social, com sua consequente mudança de rotina, impossibilitando a expressão do afeto, a percepção da morte numa forma nunca antes vivenciada, desencadeia um sentimento de impotência diante da vida, um questionamento de sucessos antes tão almejados, e nos faz mergulhar numa percepção interior que se não trabalharmos adequadamente uma visão amadurecida do self, do sagrado que habita em nós, desencadeia quadros intensos de ansiedade causando as doenças psicossomáticas.
Os exercícios físicos, as práticas meditativas (mindfulness), técnicas de relaxamento e respiração, associados ou não à vivência da religiosidade, são importantes formas de combater a ansiedade e os distúrbios psicossomáticos.
Raimundo Lacerda Filho
CRM-PB: 3259
Especialidade: Psiquiatra