No Brasil, estima-se que surjam anualmente cerca de 125 mil novos casos de câncer de pulmão, sendo que cerca de 95% desses pacientes já procuram o médico com a doença tão avançada, ao ponto de não poderem mais operar, perdendo a chance de serem curados. Continua sendo o cigarro seu principal vilão.

Apesar de novos métodos diagnósticos como as biópsias guiadas por tomografia, a realização de endoscopia respiratória com o uso de ultrassonografia (USG) endobrônquica e até mesmo guiada por GPS ou de modernos tratamentos com videocirurgia (ressecção do tumor com um sistema de ópticas de vídeo e outros dispositivos especiais), radiocirurgia (radioterapia localizada), crioterapia (destruição do tumor com uma espécie de gelo seco), radioablação (destruição do tumor com radiofrequência ou microondas), os quais aumentaram enormemente o poder de diagnóstico e tratamento do câncer de pulmão, se o diagnóstico não for realizado de forma precoce, de pouco servirá todo o arsenal.

Surge então, como grande promessa, o uso da tomografia computadorizada de baixa voltagem (pequena quantidade de radiação), aplicada em pessoas com história de tabagismo (fumantes) ou para os chamados \"fumantes passivos\", que estejam com a idade entre 55 e 74 anos (maior probabilidade de desenvolver o câncer de pulmão). Esta forma de rastreamento do tumor de pulmão surgiu a partir de um estudo norte-americano, desenvolvido criteriosamente nos últimos anos, e seu impacto foi tão surpreendente que foi de imediato disseminado nos hospitais americanos, pois está reduzindo a chance de morrer de câncer de pulmão em 20% e a chance de morrer de outras doenças cardiovasculares associadas em 7%, prometendo mudar a história desta doença tão agressiva.

Esperamos que rapidamente possamos implementar estas formas de rastreamento e tratamento para os tumores de pulmão em nosso meio, oferecendo à população um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz, com maior chance de cura.