A Medicina é um campo do saber que, em seus primórdios, era associada às superstições e à magia, somente adquirindo o caráter de ciência a partir de Hipócrates, há mais de 2500 anos. Dos pajés e curandeiros até o médico que conhecemos nos dias atuais, muitas transformações ocorreram; o conhecimento aumentou de um modo tal que, além das especialidades médicas, outras profissões foram surgindo, todas com um objetivo comum: a saúde humana, o maior de todos os bens. A multidisciplinaridade, ampliando a visão sobre as pessoas que cuidamos, agregou valor ao exercício da medicina.

Como em 31 de agosto comemora-se o Dia do Nutricionista, aqui faço um breve relato sobre esta importante profissão, hoje fundamental no campo da saúde. Os primeiros registros de atuação profissional envolvendo nutrição e alimentação datam de 1670, no Canadá, mas a Nutrição como ciência desenvolveu-se a partir do final do século XVIII, com a química moderna e a fisiologia enquanto ciência independente. No Brasil, a USP criou em 1939 o primeiro curso de educadores e inspetores sobre alimentação e a profissão de nutricionista foi regulamentada em 1967, o que, ironicamente, só ocorreu para a de médico em 2013, após extensas discussões e conflitos.

Apesar de uma história tão recente, desde a antiguidade é reconhecida a importância da nutrição e da alimentação prevenindo doenças e promovendo saúde. Além da prescrição de dietas, é papel do nutricionista a educação nutricional e sua intervenção é essencial em equipes de saúde, atuando em condições que são problemas de saúde pública, como a desnutrição, obesidade, diabetes e hipertensão, dentre outras. O esporte e a indústria também são escopo da Nutrição.

Assim, é notória a interface da Medicina com a Nutrição, bem como com diversas áreas no campo da saúde, a interdisciplinaridade nitidamente sobrepondo-se às disputas mesquinhas por mercado de trabalho e sendo uma das chaves para a abordagem integral que o ser humano merece quando o assunto é saúde.