Nos dias de hoje, as especialidades médicas cirúrgicas têm evoluído no sentido de minimizar ao máximo o trauma dos procedimentos, e a oftalmologia, como tal, não poderia ficar de fora desta evolução.

Estou me referindo à moderna cirurgia da catarata, que nos nossos tempos além de ser uma cirurgia curativa da opacificação do cristalino, também tem se tornado uma cirurgia de efeito refrativo, ou seja, podemos, no mesmo tempo, tratar a catarata e tornar o nosso paciente uma pessoa liberta da dependência de óculos. Isto devido à técnica da facoemulcificação do cristalino por microincisão com implante de lente intraocular flexível. Com isso, a indicação do procedimento tornou-se cada vez mais precoce, não precisando o paciente perder totalmente a visão para então haver uma indicação formal da cirurgia. Isto devido à segurança da técnica, onde trabalhamos praticamente com o olho do nosso paciente fechado, pois a microincisão é de apenas 2.2 milímetros, praticamente imperceptível ao olho nu, sem a presença de sangue, o que diminui substancialmente os riscos de complicações. Como por exemplo, casos de infecção pós-operatória, descentralização da lente, perda vítrea ou descolamento da retina. Proporcionando ao paciente uma maior liberdade pós-cirurgia para o retorno às suas atividades cotidianas com maior presteza, além de possibilitar o procedimento contralateral num tempo curto de tempo, uma semana, retornando o paciente à sua condição de visão binocular.

Recentemente, tivemos a oportunidade de nos fazermos presente em San Diego, na Califórnia, no congresso da Academia Americana de Catarata e Cirurgia Refrativa (ASCRS), o que nos fez bastante orgulhosos ao vermos que, no maior congresso de catarata do mundo, os nossos colegas americanos, europeus, asiáticos estão utilizando os mesmos aparelhos e técnicas operatórias que nós. Lógico que novos aparelhos estão surgindo e novas técnicas para este aparelhos são necessárias. Esperamos poder acompanhá-las.