Artigos Médicos
Cinetose: uma doença ou um sintoma?
A cinetose ocorre devido a um conflito entre as informações visuais e do labirinto no Sistema Nervoso Central. É um mecanismo de defesa para nos protegermos de estímulos de movimentos não reconhecidos como normais.
Alguns autores consideram como doença e outros como uma síndrome, onde é caracterizada por tontura tipo flutuação, palidez, suor frio, salivação, bocejos, enjoos, vômitos, mal-estar generalizado e até perda da capacidade de concentração. Raramente, ocorrem sintomas auditivos.
Ela é desencadeada quando o indivíduo se submete a determinados movimentos, como viajar de carro, barcos, ônibus e avião, ou uma frequente mudança de direção brusca no carro, por exemplo.
A cinetose pode ocorrer em qualquer pessoa, mesmo naqueles que não têm problemas no labirinto. Porém, é mais comum em mulheres e crianças maiores de dois anos de idade (quando o sistema labiríntico já está com sua formação adequada). Ela tem uma característica familiar e está associada a enxaqueca tanto em crianças como em adultos.
O diagnóstico é essencialmente clínico, porém são necessários exames para avaliação do vestíbulo para afastar outras doenças do labirinto, bem como a elaboração da estratégia de prevenção e tratamento.
Para prevenir a cinetose em viagens de navio, por exemplo, os passageiros devem fixar os olhos no horizonte; e em viagens de carro sentar-se no banco da frente e também fixar os olhos no horizonte. A prática de atividade física ajuda na habituação do corpo a movimentos rápidos sem necessariamente desencadear a cinetose.
O tratamento tem como objetivo aliviar os conflitos e reduzir os sintomas de mal-estar. E isso ocorre quando reduzimos a percepção sensorial como conflitante e aceleramos o processo de adaptação a movimentos rápidos.
Existem medicamentos que podem tanto prevenir os sintomas, bem como tratar, além de opções não medicamentosas de tratamento, que são importantes e podem atuar conjuntamente para a resolução do quadro.
Lia Cavalcante
CRM-PB: 6865
Especialidade: Otorrinolaringologia