Doenças cardiovasculares são a maior causa de morte nos países desenvolvidos e responsáveis por cerca de 30% da mortalidade total no mundo. Estima-se que cerca de 200 milhões de pessoas apresentem expressão clínica de doença coronariana, acidente vascular encefálico ou doença vascular periférica. A incidência por morte na doença cardiovascular persiste em franca expansão em populações de nações em desenvolvimento. Entre esses países, até o ano de 2040, o Brasil terá chegado ao maior índice de óbitos por doença cardiovascular do mundo, superando países como a Índia e a China.

A doença carotídea vem recebendo grande atenção por parte de diversas sociedades internacionais de radiologia, cardiologia e cirurgia vascular em razão do grande interesse no diagnóstico e tratamento da doença aterosclerótica. A isquemia cerebral de origem extracraniana por doença aterosclerótica nos territórios carotídeo e vértebro-basilar é decorrente de três mecanismos básicos: déficit sanguíneo intracerebral devido à estenose hemodinamicamente significativa nas artérias carótidas ou vertebrais, trombose arterial e embolia causada por placa de ateroma instável, sendo esta última a mais comum.

O sistema carotídeo e vertebral extracraniano é facilmente avaliado pela ultrassonografia vascular (Doppler de carótidas e vertebrais), método diagnóstico ideal no rastreamento das estenoses carotídeas e vertebrais quer seja em pacientes sintomáticos ou assintomáticos. Por este método, é possível avaliar com segurança e confiabilidade o grau de estenose arterial e a morfologia da placa de ateroma.

Os pontos importantes na avaliação das artérias carótidas e vertebrais extracranianas pelo Doppler são a identificação e quantificação das estenoses, caracterização das placas com risco de ruptura, avaliação da espessura intimal como fator de risco cardiovascular e de AVCI, para que haja a prevenção e tratamento adequados a cada caso, evitando o risco de eventos adversos.