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A psoríase não é contagiosa, mas o respeito pode ser
A psoríase é uma doença imune, inflamatória crônica e não contagiosa da pele que afeta aproximadamente 3% da população mundial. É bastante frequente entre homens e mulheres, principalmente na faixa etária entre 20 e 40 anos, podendo também ser diagnosticada em outras fases da vida. Há um pico de incidência durante o final da adolescência ou nos primeiros anos, após atingir a maioridade, e um segundo pico, por volta dos 50 anos.
Até hoje não se sabem os motivos causadores da doença, mas pesquisas científicas demonstram que, em 30% dos casos, o fator genético está envolvido, além de fatores imunológicos, ambientais e psicológicos. Estresse emocional, traumas ou irritações na pele, infecções na garganta, baixa umidade do ar ou alguns medicamentos podem aumentar ou iniciar a doença.
A psoríase se manifesta por lesões róseas ou avermelhadas recobertas por escamas esbranquiçadas que, na maioria dos casos, aparecem em várias localizações, como cotovelos, joelhos ou couro cabeludo, unhas, palma das mãos e plantas dos pés, por toda a pele e até mesmo comprometendo as articulações (com dor e/ou inflamação). Independente do tipo, a psoríase não pode ser adquirida pelo contato, mesmo íntimo, com qualquer portador da doença.
Vale a pena ressaltar que muitas doenças se assemelham à psoríase. Um diagnóstico incorreto pode gerar confusão com outras doenças de pele e um tratamento inadequado pode piorar as lesões. O dermatologista está apto a diagnosticar a doença, através de exame clínico que poderá, eventualmente, ser complementado por uma biópsia, quando um fragmento da pele é retirado para análise em microscópio.
Após o diagnóstico feito, o especialista irá indicar o melhor tratamento. Normalmente, nos casos mais leves, são prescritos medicamentos como pomadas, loções, xampus ou géis. Em casos mais avançados, são indicadas sessões de fototerapia (ultravioleta com ou sem remédio) e medicamentos de uso oral ou injetável.
A psoríase não tem a cura completa, mas, com o tratamento adequado, pode ser reduzida e mantida sob controle, permitindo ao paciente uma vida saudável, sem desconfortos ou limitações às atividades do dia a dia. É possível lidar com a doença sem que ela impossibilite o paciente de viver com liberdade. Nesse aspecto, a informação é fundamental para que o mesmo seja tratado com respeito e sem preconceitos.
Larissa Barbosa de Carvalho
CRM-PB: 6022
Especialidade: Dermatologia