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Saúde do homem: câncer de próstata
As doenças da próstata podem afetar homens de qualquer faixa etária, porém é no envelhecimento que ganham mais importância devido à tendência da mesma apresentar aumento volumétrico benigno ou degeneração maligna. É por isso que homens jovens não necessitam de visitas periódicas ao urologista.
A partir dos 40 anos, a próstata pode começar a apresentar um aumento de volume (HPB), que, pela sua posição anatômica, costuma apertar o canal urinário, que passa dentro da mesma, provocando dificuldade para urinar.
O câncer também incide de forma progressiva com a idade, assim o aumento da longevidade nas últimas décadas vem elevando o índice das doenças prostáticas.
As condutas dietéticas e comportamentais para prevenção destas doenças não têm consenso, porém se recomenda dieta com baixo teor de gordura, atividade sexual regular, banhos de sol e atividade física. A principal medida preventiva é o diagnóstico precoce, com exames anuais após os 45 anos, pois assim a doença é detectada com possibilidade de tratamento curativo.
Atualmente, para a HPB existem remédios que podem diminuir o volume da próstata e outros que relaxam seu estroma, aumentando o diâmetro do canal uretral e melhorando os sintomas. Nos casos em que o tratamento medicamentoso não surte efeito ou o paciente não se adapta aos mesmos, recorremos à cirurgia desobstrutiva, que pode ser pela uretra (RTU) ou aberta (PTV).
O câncer de próstata é tratado de acordo com a evolução da doença: na fase inicial, quando está localizado, o tratamento preferencial é a cirurgia radical, podendo-se optar pela radioterapia conformada ou pela IMRT. Já a doença avançada é tratada através da hormonioterapia.
Foram divulgados pelas ditas redes sociais alguns tratamentos prostáticos alternativos. Primeiro foi cateterismo e embolização seletiva das artérias prostáticas, para o caso dos tumores benignos, como forma de murchar a próstata e desobstruir o canal urinário. Mais recentemente foi o HIFU (ultrassom de alta intensidade), que é introduzido pelo reto, elevando a temperatura local, desnaturando as proteínas e destruindo as células malignas.
O fato é que a embolização das artérias prostáticas ainda não foi liberada pela Sociedade Brasileira de Urologia porque está em fase de pesquisa, só podendo ser praticada em protocolo de estudos, até a comprovação da sua eficácia e segurança. Já o HIFU existe como tratamento alternativo em outros países há mais de 10 anos, só devendo ser praticado nos casos bastante favoráveis, sob o risco da doença não ser debelada. Além disso, não está isento de efeitos colaterais como disfunção erétil e fístula uretro-retal.
Juarez Dornelas
CRM-PB: 2421
Especialidade: Urologia