O câncer de mama é a neoplasia maligna de maior incidência e a maior causa de mortalidade na mulher brasileira. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que em 2011 serão registrados quase 50 mil novos casos da doença. Parte desse aumento é explicado pelo diagnóstico precoce devido à realização de exames de rotina e da mamografia. Outra parte pode ser atribuída ao aumento de sobrevida das mulheres e à diminuição da mortalidade por outras causas.

Há meios disponíveis para se identificar mulheres de alto risco para o desenvolvimento de câncer de mama, tais como testes genéticos para rastrear mutações dos oncogenes BRCA1 e BRCA2 e índices epidemiológicos estatísticos.

Além disso, há diversos meios disponíveis de prevenção da doença. São eles: rastreamento mamográfico, mudança de estilo de vida (dieta, atividade física), quimioprevenção (tratamento à base de drogas em mulheres que apresentam predisposição à doença, mas antes de seu aparecimento) e mastectomia profilática (remoção de parte do tecido mamário, com o objetivo de diminuir o risco de desenvolver o câncer de mama).

É importante lembrar que nenhuma técnica garante a remoção completa do tecido mamário, pois este apresenta muita intimidade com a pele, dificultando a avaliação de seus limites.

Entretanto, a mastectomia profilática tem uma taxa de sucesso de redução de risco de 90%. Pode ser aplicada nas seguintes situações: mastectomia contralateral (quando há histórico familiar, por exemplo) sincrônica à mastectomia do tumor primário e mastectomia bilateral em mulheres de alto risco. Entre os riscos, estão a mutação genética nos genes BRCA1 e BRCA2, história de câncer de mama pessoal, mulheres com parentes de primeiro grau que tiveram câncer de mama antes de 50 anos, bilateral ou múltiplos parentes com câncer de mama e ovário.

A indicação para a cirurgia deve ser feita de modo criterioso pelo mastologista, com uma avaliação prévia dos riscos e benefícios, e, de forma conjunta com o paciente, equipe multiprofissional e família. Avaliação psicológica é necessária. O médico deve ter um termo de consentimento.