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Artigos Médicos

O uso e o abuso das medicações para disfunção erétil na atualidade

Publicada em 06/03/2015 às 17h

Os medicamentos para tratamento dos problemas relacionados à ereção são considerados até hoje uma verdadeira revolução no tratamento da disfunção erétil. Hoje, o urologista é capaz de resolver cerca de 70-80% dos casos da doença.

Com o grande avanço destas drogas e a facilidade de acesso, surgiram muitos temores relacionados aos danos à saúde que podem provocar; na sua maioria, infundados. A real contraindicação destas drogas é o uso concomitante com medicamentos que possuem nitrato, podendo ser até potencialmente fatal, mas a maioria dos pacientes hipertensos, diabéticos e com arritmias compensadas não têm contraindicação ao uso destas drogas, devendo sempre ter acompanhamento com urologista e cardiologista.

No entanto, uma discussão importante sobre o tema deve ser levantada: o uso indiscriminado destas drogas, sem indicações médicas, ou seja, apenas "recreacional", poderá trazer consequências à saúde física e/ou psíquica?

Uma ressalva importante nessa discussão é que, muito frequentemente, o paciente apresenta disfunção erétil e não assume o diagnóstico para si mesmo, nem para seu médico, fazendo o uso "recreacional" e afirma, erroneamente, que é apenas para dar uma "turbinada" na relação. Essa prática de "automedicação" não é aconselhada, já que o paciente não terá seu problema de saúde investigado e, portanto, não poderia ser corrigido, evitando danos à saúde.

Vamos enfatizar dois exemplos clássicos:

- O paciente apresenta disfunção erétil em consequência de uma doença sistêmica, como o diabetes mellitus, que o mesmo desconhece, e ao tomar o medicamento perde a oportunidade de fazer o diagnóstico, podendo levar a danos em outros órgãos, como perda da visão e da função renal.

- Inúmeros trabalhos científicos demonstram que a disfunção erétil de origem vascular é um fator de risco para a ocorrência de infarto agudo do miocárdio e pode preceder o infarto em alguns anos. Pacientes que não procuram atenção médica deixam de ter este risco avaliado e, com isso, não se pode atuar de forma preventiva adequadamente.

Outra forma de uso recreativo ou automedicação ocorre em pacientes que desejam melhorar a ereção, que fica prejudicada pela ingestão excessiva de álcool e outras drogas. Essa situação é infelizmente cada vez mais observada em jovens, principalmente em períodos festivos, podendo agregar mais uma dependência psíquica. Este grupo deve receber atenção especial, com apoio profissional e familiar.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) qualifica a saúde sexual como um dos marcadores de qualidade de vida da população e, neste contexto, o uso racional, sob prescrição e orientação médica, das drogas para tratamento da disfunção erétil é um inegável instrumento de promoção de qualidade de vida para a população.

Jarques Lúcio

Jarques Lúcio

CRM-PB: 6161

Especialidade: Urologia

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