Um novo olhar para a medicina, em particular, e para a saúde como um todo, para torná-la mais humanizada, deve contemplar o lado espiritual do ser humano. Não se tratando de deixar de lado os avanços que a tecnologia vem mais e mais nos trazendo, tanto do diagnóstico como nas terapias, mas somando, ampliando.

A medicina conseguiu conquistas impressionantes no controle das infecções, no domínio da anestesia e analgesia, no avanço das técnicas cirúrgicas e do conhecimento da biologia molecular. Mapeamos os nossos genes e desvendamos as funções neurológicas através da bioquímica. Entretanto, apesar dessas conquistas, as doenças emocionais mantêm seu avanço sobre a humanidade, de forma assustadora.

Tendo sua dimensão espiritual reprimida, até mesmo negada, o homem encarcera-se em uma visão superficial da vida, onde o culto à matéria assume o lugar central. Nesta perspectiva, ao se encontrar como um enfermo da alma, ocorre a somatização em doenças orgânicas. Da mesma forma, os profissionais da saúde, grandes entendedores de exames e máquinas, pouco sabem lidar com a angústia, o medo e o desespero de seus pacientes. Mesmo a morte e o morrer são para estes uma grande desconhecida. Neste avanço da medicina, o paciente também assume a sua responsabilidade na origem e na melhoria das doenças.

Na saúde sob a visão de um novo prisma, a espiritualidade é, sem sombra de dúvida, o sal a temperar esta receita que visa trazer mais saúde a todos nós. Simples, mas essencial.