Artigos Médicos
Como nossos pais?
Ando refletindo um pouco sobre a letra do Belchior e procurado encontrar respostas para algumas situações com as quais me deparo na prática da psiquiatria com crianças e adolescentes. Como dizem os Lacanianos, as funções paterna e materna vêm sofrendo um processo de dessimbolização acentuado nas últimas duas décadas. Em resumo: ser pai e mãe virou um problema.
Em uma época de individualismo narcisista, a busca pelo "eu" vem afogando o "nós" cada vez mais. O filho é o outro, a alteridade, o que nos faz sair do centro e renunciar a uma imagem narcísica de infinitos prazeres e liberdades sem responsabilidade. Casais separam-se como se vai a um "fast food". A química, a vaidade, a busca, como dizia André Gide, no seu narciso, pelo vão desejo, nos tornam reféns do vai-e-vem da dopamina, da adrenalina, do "eu quero chocolate". E, nesta trajetória, filhos são objetos descartáveis, brinquedos de porcelana, armas mortíferas para alimentar a vaidade de ex-cônjuges amarrados pela vaidade e ódio.
Cada vez mais, perfilam no consultório hóspedes infantis sem morada fixa, filhos da guerra fria de pais vaidosos e com tudo para dar, menos uma base segura. No buraco deixado pelos pais, recorrendo mais uma vez a Lacan, a droga, a criminalidade, os transtornos mentais fazem sua aparição. Pegam meninos e meninas, como o lobo da Chapeuzinho. Enquanto mãe e pai, madrastas e padrastos se engalfinham em guerras de egos, "Isabelas" e "Carlinhos" são jogados de prédios; "Marquinhos" e "Mariazinhas" são consumidas pelo pó; e Juquinha vira candidato ao CEA. É simples, vamos diagnosticar depressão, dar fluoxetina, ou levar para uma clínica de dependentes.
Senhoras e senhores, descobrimos o óbvio: abuso, negligência, alienação paterna, vaidade e bulliyng levam a tudo isso. Mas, é melhor usar fluoxetina, ouvir do seu psiquiatra um diagnóstico: bipolar. Que lindo! O que é alienação parental? Algum leitor sabe? Como diz Belchior, ainda vivemos como nossos pais, e eu completo: PAIS , CADÃS VOCÃSS? QUE A LÃ`MPADA DE DIÃ"GENES, O CÃNICO, AJUDE A ENCONTRÃ-LOS...
Em uma época de individualismo narcisista, a busca pelo "eu" vem afogando o "nós" cada vez mais. O filho é o outro, a alteridade, o que nos faz sair do centro e renunciar a uma imagem narcísica de infinitos prazeres e liberdades sem responsabilidade. Casais separam-se como se vai a um "fast food". A química, a vaidade, a busca, como dizia André Gide, no seu narciso, pelo vão desejo, nos tornam reféns do vai-e-vem da dopamina, da adrenalina, do "eu quero chocolate". E, nesta trajetória, filhos são objetos descartáveis, brinquedos de porcelana, armas mortíferas para alimentar a vaidade de ex-cônjuges amarrados pela vaidade e ódio.
Cada vez mais, perfilam no consultório hóspedes infantis sem morada fixa, filhos da guerra fria de pais vaidosos e com tudo para dar, menos uma base segura. No buraco deixado pelos pais, recorrendo mais uma vez a Lacan, a droga, a criminalidade, os transtornos mentais fazem sua aparição. Pegam meninos e meninas, como o lobo da Chapeuzinho. Enquanto mãe e pai, madrastas e padrastos se engalfinham em guerras de egos, "Isabelas" e "Carlinhos" são jogados de prédios; "Marquinhos" e "Mariazinhas" são consumidas pelo pó; e Juquinha vira candidato ao CEA. É simples, vamos diagnosticar depressão, dar fluoxetina, ou levar para uma clínica de dependentes.
Senhoras e senhores, descobrimos o óbvio: abuso, negligência, alienação paterna, vaidade e bulliyng levam a tudo isso. Mas, é melhor usar fluoxetina, ouvir do seu psiquiatra um diagnóstico: bipolar. Que lindo! O que é alienação parental? Algum leitor sabe? Como diz Belchior, ainda vivemos como nossos pais, e eu completo: PAIS , CADÃS VOCÃSS? QUE A LÃ`MPADA DE DIÃ"GENES, O CÃNICO, AJUDE A ENCONTRÃ-LOS...
Hermano José Falcone de Almeida
CRM-PB: 3982
Especialidade: Psiquiatra infantil