Artigos Médicos
Asma na infância
A asma é a doença crônica mais comum na infância e, por isso, deve ser bem conhecida por profissionais de saúde e pela população. Ocorre entre 10 e 20% das crianças, é a 4ª causa de internação do Sistema Único de Saúde(SUS) e apresenta quadro de gravidade bastante variado.
Na asma, as alterações ocorrem dentro do pulmão, situação chamada de broncoespasmo. Neste, os brônquios (tubos que levam o ar aos alvéolos, onde ocorre a oxigenação do sangue) se fecham e ocorre aumento da produção de secreção, tudo isso dificulta a passagem de ar dentro deles. Consequentemente, a criança vai apresentar tosse cheia (produtiva), cansaço com falta de ar e chiado no peito. Esses episódios, chamados crises de asma, são intercalados por períodos sem sintomas ou com poucos sintomas como a tosse noturna persistente. As crises asmáticas provocam faltas escolares, limitação de atividades e queda na qualidade de vida.
Para o tratamento da asma, existe o tratamento das crises e o tratamento para evitar que as crises apareçam. As medicações indicadas variam com a gravidade da asma e devem ser orientadas por profissional com experiência na área. Além do tratamento medicamentoso, é importante evitar os desencadeantes das crises asmáticas. Estes, ao entrar em contato com os pulmões, provocam uma irritação que desencadeiam os sintomas. São irritantes: poeira doméstica, ácaros, fumaça de cigarro, pelos de animais e vírus respiratórios. Para evitar os desencadeantes, é importante retirar de dentro de casa tapetes, cortinas, bichos de pelúcia, animais domésticos; não utilizar vassoura e sim pano úmido para limpeza do chão; evitar tabagismo e o uso de materiais de odor forte.
Na maioria dos pacientes, as crises de asma desaparecem na adolescência, em especial se for controlada na infância. Isso não significa que houve cura da asma. Esta pode voltar a qualquer momento, por isso a higiene do ambiente deve ser feita por toda a vida.
Gilvan da Cruz Barbosa Araújo
CRM-PB: 4675
Especialidade: Pediatria e pneumologia