"O câncer de mama ainda é, provavelmente, o maior fator de receio de uso de Terapia de Reposição Hormonal (TRH). Trata-se de doença heterogênea complexa, de etiologia desconhecida, com múltiplas formas de apresentação. Sabemos que o processo de transformação maligna passa por três fases distintas: iniciação (promovida por agentes químicos, físicos ou biológicos que causam dano ao DNA das células normais); promoção (fase de crescimento de um tumor já existente mediada por fatores de crescimento locais ou sistêmicos, entre eles os hormônios); e progressão (disseminação metastática da doença, mediada por enzimas). Por esse modelo básico, aceito em todo o meio científico, podemos observar que os hormônios não são o grande vilão a causar câncer como querem supor alguns menos informados.

Existem cuidados essenciais que devem ser tomados quando iniciada a Terapia de Reposição Hormonal. Mamografias anuais, exame clínico especializado semestralmente e auto-exame das mamas realizado mensalmente pelas próprias mulheres. Esses cuidados não impedem que a doença ocorra, mas são capazes de, associadamente, detectá-la em uma fase de cura potencial, com menos mutilação. Em algumas situações a TRH deve ser evitada ou indicada com cuidado redobrado: nos casos de mulher com mãe, irmã ou filha portadora de câncer de mama antes dos 50 anos; naquelas com lesões proliferativas com atipia; e naquelas que tiveram câncer de mama anteriormente."