A acne é uma doença inflamatória da pele, extremamente comum, mas não é exclusiva da adolescência. Os adultos também podem ser acometidos por cravos, espinhas e apresentar a pele muito oleosa. Cerca de 82% dos adultos acometidos são do sexo feminino, especialmente entre os 24 e 39 anos. A acne da mulher adulta é uma doença crônica, queixa frequente no consultório, possuindo incidência crescente e resposta lenta aos tratamentos.

Existem dois tipos diferentes de acne adulta: a chamada acne persistente, mais frequente, sendo uma evolução da acne do adolescente; e a acne de início tardio, que surge pela primeira vez apenas a partir dos 24 anos.

Toda mulher que venha a apresentar acne na fase adulta deve ser avaliada do ponto de vista hormonal, pois muitas vezes as alterações cutâneas podem ser consequência de disfunções hormonais. Nesses casos, a mulher apresenta, além da acne, ganho de peso, seborreia, calvície, distúrbios menstruais, infertilidade e surgimento de pêlos grossos de padrão masculino na face ou no tórax.

A acne da mulher adulta não costuma evoluir com lesões graves. Normalmente, tem uma intensidade de leve a moderada. Mesmo assim, gera um alto impacto na qualidade de vida, não somente pela aparência das lesões ativas e inflamadas, mas também pelo caráter crônico e pela ocorrência de cicatrizes.

Em relação ao tratamento, a característica principal é a resposta lenta às medicações utilizadas: ácidos, antibióticos, peelings, anticoncepcionais orais ou até mesmo a isotretinoína oral em doses baixas. Muito importante também são os cuidados gerais com a pele, como uso de produtos livres de óleo ou sob a forma de gel, remoção diária da maquiagem, limpeza do rosto com um sabonete adequado para pele acneica, utilização de filtro solar específico e indicado pelo dermatologista. Como toda doença crônica, que não tem cura mas tem controle, existe a necessidade de tratamento contínuo e persistência para manutenção dos bons resultados alcançados.