Artigos Médicos

Tratamento para suor excessivo

Publicada em 20/02/2015 às 17h

Dias mais longos, sol e calor. São muitas as consequências da chegada do verão. No organismo, uma delas está relacionada ao aumento na produção de suor, que é fundamental para o controle da temperatura interna. Em alguns indivíduos, porém, independentemente da estação do ano, essa produção pode vir em uma quantidade acima do normal, causando vários problemas e complicações. Trata-se da hiperidrose, distúrbio que tem solução e pode ser tratado.

A hiperidrose é um termo médico utilizado para caracterizar pessoas que suam excessivamente em determinadas partes do corpo - principalmente mãos, pés, axilas, rosto e couro cabeludo - em situações corriqueiras do dia a dia. Visto como causador de muito sofrimento e constrangimento para os pacientes, esse distúrbio é de ordem hereditária e afeta cerca de 2,5% da população mundial. No Brasil, a média nacional é de 3%, sendo as mulheres seis vezes mais afetadas do que os homens.

Em relação aos tratamentos existentes, os pacientes podem contar com o auxílio de várias intervenções. Em casos mais leves, os antitranspirantes costumam ser uma opção viável. Eles aparecem em forma de gel, creme e fitas. Para casos mais graves, existe a aplicação de toxina botulínica nas áreas afetadas, mas, nesse caso, o efeito é temporário: os sintomas desaparecem por um período de 3 a 4 meses. As desvantagens são as várias injeções, a repetição da aplicação de três a quatro vezes todos os anos, o custo elevado e, em alguns casos, quando acaba o efeito, entre uma seção e outra, a sudorese pode vir pior do que antes.

A solução quase definitiva para o distúrbio é a cirurgia. Realizada desde o início da década de 90, o procedimento vem passando por várias mudanças técnicas que têm trazido melhorias constantes aos resultados e uma diminuição dos efeitos colaterais. A cirurgia é feita em hospital e dura, aproximadamente, 15 minutos. A alta ocorre no dia seguinte, com repouso domiciliar de dois dias e volta ao trabalho em 10 dias. Os cortes são minúsculos e quase imperceptíveis (0,5cm), suficientes para entrada de uma microcâmera.

Em 13 anos, já atendemos mais de 1.500 casos do tipo e os resultados têm sido satisfatórios. Observamos mais de 99% de cura para as mãos, mais de 90% para axila e mais de 98% de rosto e couro cabeludo. Os resultados para pés não são tão eficientes: 60% a 65% de cura. O resultado já é percebido logo no pós-operatório quando o paciente acorda da anestesia.

Eduardo Antônio Lopes

Eduardo Antônio Lopes

CRM-PB: 5588

Especialidade: Cirurgião torácico

Mais artigos de Eduardo Antônio Lopes