O ceratocone é uma doença na qual a córnea assume um formato cônico. Possui uma incidência aproximada de 54,4 casos para cada 100 mil habitantes. É uma doença que se apresenta de forma bilateral e geralmente assimétrica, assumindo um caráter progressivo na faixa etária compreendida entre 10 e 30 anos de idade. Diversos estudos sugerem haver transmissão genética aos descendentes dos portadores desta doença, que podem permanecer apenas como portadores assintomáticos ou desenvolverem a doença em sua forma plena.

Fatores extríncecos também podem corroborar para o surgimento ou agravamento da doença, a exemplo do que ocorre nos pacientes portadores da síndrome de Down, nos pacientes asmáticos, portadores de rinite alérgica, da dermatite atópica ou até mesmo nos portadores de prolápso da válvula mitral, estando geralmente associado uma característica comum a estes pacientes, o prurido ocular. Por este motivo esta doença também é conhecida como a doença do coçador crônico dos olhos.

O diagnóstico desta patologia se dá através da realização de um exame oftalmológico onde, uma vez constatada a diminuição da acuidade visual corrigida, deve-se então partir para a solicitação de exames complementares no intuito de investigar a existência ou não da doença.

O tratamento pode variar desde a observação clínica até o transplante de córnea, que na atualidade corresponde há aproximadamente 10% dos casos. Entre estes extremos pode-se indicar a prescrição de óculos, de lentes de contato, o implante de anéis intra-corneanos e o crosslinking de colágeno, recém aprovado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) como procedimento não experimental, que podem ser indicados de forma isolada ou associada.

O principal fator para o sucesso terapêutico constitui-se no diagnóstico precoce da doença.