"Nos últimos 30 anos, se muito, o mundo experimentou um desenvolvimento científico de tal forma, que não há similitude em toda a história da humanidade de período assim tão curto com tantos avanços. Entretanto, há patologias, ainda, com limitações, especialmente aquelas que envolvem o psicossocial, com repercussões em vários órgãos e sistemas, sendo um dos mais afetados os intestinos.

A Síndrome do intestino irritável (SII) representa uma dessas doenças onde falta precisão diagnóstica , necessitando de tratamento específico. Caracteriza-se pela existência de um distúrbio de regulação da função motora e sensorial do intestino e do sistema nervoso central. Os sintomas devem-se tanto aos distúrbios da motilidade intestinal quanto à exacerbação da sensibilidade visceral. Os fatores psicossociais embora por si sós não sejam partes do intestino irritável, desempenham importante papel na evolução clínica da doença. Portanto a SII, é uma "combinação de sintomas gastrointestinais crônicos ou recorrentes não explicados por anormalidades estruturais ou bioquímicas".

Há vários estudos para consolidação diagnóstica e prevalência. É sabido que sua incidência é maior em mulheres, a faixa etária mais acometida é entre 30 e 50 anos, sendo relativamente comum na América do Sul. Queixas de dor abdominal aliviada pela defecação, fezes amolecidas com aparecimento de dor, evacuação mais freqUente com surgimento de dor, distensão abdominal, evacuação com muco e sensação de evacuação incompleta são características do quadro clinico. Torna-se necessário expressar que não se identificou até o momento, nenhum mecanismo fisiológico único para essa síndrome. O exame completo do paciente é fundamental, principalmente, para excluir outros diagnósticos.

Certas substâncias da dieta podem agravar os sintomas, como alimentos gordurosos, álcool, cafeína, lactose, excesso de fibras. Desaconselha-se dieta desnecessariamente restritiva. É fundamental no tratamento da SII acompanhamento com profissional qualificado. Por fim deverá existir uma abordagem comportamental e farmacológica integrada, a qual será determinada pelas necessidades do paciente.