Artigos Médicos
Doença Arterial Coronária na Mulher
A doença arterial coronária (DAC) é a principal causa de infarto agudo do miocárdio (IAM) e resulta de uma série de fatores como hipertensão arterial, diabetes, alterações nas taxas do colesterol (dislipidemia), tabagismo, história familiar, entre outros.
No sexo feminino, a DAC apresenta algumas peculiaridades, como o fato de estar relacionada ao período pós-menopausa pela perda da proteção hormonal (estrogênio). Isto leva a mulher a desenvolver a doença mais tardiamente, tendo seu primeiro IAM em idade dez a vinte anos superior a dos homens.
Particularmente nas mulheres, o valor do HDL (conhecido como "colesterol bom") mostrou-se maior preditor de risco que a taxa do colesterol total; e a mortalidade cardíaca de mulheres diabéticas é maior que a dos homens diabéticos. Porém, o maior risco encontra-se na associação de tabagismo, hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes.
Um estudo clássico (Framingham) demonstrou ocorrência de IAM silencioso (sem dor) e taxa de reinfarto maior no sexo feminino, além de uma maior mortalidade nos primeiros 30 dias após o infarto.
O principal tratamento da DAC é a sua "prevenção". Mudanças no estilo de vida (dieta balanceada, exercícios físicos regulares, combate ao tabagismo etc.) e tratamento adequado de doenças existentes (hipertensão, diabetes, dislipidemia), principalmente em mulheres pós-menopausa e sem reposição hormonal, constituem importantes fatores preventivos de eventos. A terapia de reposição hormonal em mulheres na pós-menopausa como prevenção de DAC não é recomendada; essa terapia, importante em algumas situações, deve ser reservada a casos específicos após avaliação médica.
Hoje, a DAC é a principal causa de óbito em mulheres, em consequência da mudança de seu estilo de vida nas ultimas décadas. Entretanto, nós, mulheres, podemos tentar reverter este quadro com uma nova mudança no nosso estilo de vida e o adequado controle dos fatores de risco.
Cristiana Marques de Araújo
CRM-PB: 4420
Especialidade: Cardiologia