Artigos Médicos
Como combater a cândida
A candidíase vulvovaginal é patologia extremamente frequente, atingindo 75% das mulheres em alguma fase da vida. Cerca de 5% delas terão candidíase vulvovaginal recorrente, definida como quatro ou mais episódios a cada 12 meses. Trata-se de um distúrbio ocasionado pelo crescimento anormal de fungos do tipo leveduras na mucosa do trato genital feminino e é um dos diagnósticos mais frequentes na prática diária em ginecologia.
Sua incidência tem aumentado drasticamente, tornando-a a segunda infecção genital mais frequente no Brasil. Apesar de existirem fatores de risco conhecidos, a maioria dos episódios ocorre na sua ausência. Os principais fatores de risco são gestação, contraceptivos orais, antibioticoterapia, diabetes mellitus, assim como hábitos alimentares e de vestimentas propícias ao crescimento dos fungos, levando em conta também a alimentação e várias automedicações prévias inapropriadas.
Essa infecção caracteriza-se por prurido, ardor, dispareunia e pela eliminação de um corrimento vaginal em grumos, branco, espesso, inodoro e, quando depositado nas vestes a seco, tem aspecto farináceo. Com frequência, a vulva e a vagina encontram-se edemaciadas e hiperemiadas, algumas vezes acompanhadas de ardor ao urinar e sensação de queimadura.
O tratamento consiste no alívio dos sintomas e na prevenção de novas crises, podendo ser realizado com antifúngicos por via oral ou vaginal, associado com a mudança do estilo de vida, incluindo alimentação saudável e a prática de exercício físico. Contudo, para combater a candidíase, evite o uso de vestimentas apertadas (jeans) ou de roupas de sintéticas (nylon) por períodos prolongados, não use desodorante íntimo, evite o uso de absorvente diário, tenha hábitos de higiene adequada e prefira dormir com roupas leves e arejadas.
Apesar de não ser uma doença que pode ter consequências graves, interfere na qualidade de vida de milhões de mulheres, sendo considerada um problema de saúde pública mundial.
Clarissa Queiroz
CRM-PB: 7815
Especialidade: Ginecologia e obstetrícia