"Os magníficos avanços tecnológicos não conseguiram ainda substituir um dos mais simples procedimentos da prática médica, que se mantém extraordinariamente eficaz nas campanhas e ações preventivas. Os estudos pioneiros de George Nicolas Papanicolau (1941) demonstraram que amostras de células obtidas da vagina ou do colo uterino poderiam ser utilizadas no diagnóstico precoce do câncer ginecológico, fundando-se assim uma das mais importantes especialidades médicas "" a Citopatologia, hoje considerada pelo Conselho Federal de Medicina uma área de atuação da Anatomia Patológica (Patologia).

O exame de Papanicolau tornou-se universalmente aceito porque possibilita a erradicação do câncer uterino a partir da identificação e tratamento de alterações pré-cancerosas, reduzindo, de forma significativa, a mortalidade na população feminina.

A realização anual do exame citológico é recomendada em mulheres com vida sexual ativa porque entre essas estão as portadoras do vírus HPV, o agente causador de lesões pré-cancerosas, invisíveis ao exame clínico. É preciso garantir a competente e cuidadosa interpretação dos esfregaços, que devem ser apropriadamente colhidos, procedendo-se a identificação das lâminas na sala de colheita. O patologista é o médico responsável pelo diagnóstico citológico. O encontro de células anormais pode obrigar a paciente a submeter-se a outros procedimentos para esclarecimentos adicionais, como a colposcopia, a biópsia ou a captura híbrida."