Artigos Médicos
Síndrome do Olho Seco
O olho seco constitui uma das principais causas de procura por atendimento oftalmológico. A prevalência de olho seco em populações com mais de 40 anos de idade varia entre 5,5 e 33,7%. Esses pacientes reclamam de incômodo nas atividades da vida diária, como leitura, direção automotiva, uso de computador, celular e televisão, o que impacta negativamente em sua qualidade de vida.
O olho seco é resultado do déficit de produção de lágrimas ou evaporação excessiva, portanto qualquer fator que interfira nessas duas vertentes pode desencadear a doença. O uso de alguns medicamentos (diuréticos, isotretinoína, colírios antiglaucomatosos), uso de lentes de contato, cirurgias oculares e doenças sistêmicas do colágeno podem predispor ao desenvolvimento de olho seco mais frequentemente. Sem contar a exposição prolongada aos monitores (computador, tablet e celular) e ar-condicionado, que, com a redução do piscar, levam ao ressecamento durante o período de trabalho.
A gravidade da doença pode variar de leve, com sintomas intermitentes, particularmente na presença de estímulos do ambiente, a muito intenso, com sinais e sintomas constantes. Entre estes, podemos citar prurido, queimação, ardor, sensação de areia ou corpo estranho, embaçamento visual, sensibilidade a luz, secura nos olhos, lacrimejamento, peso ao redor dos olhos, olho vermelho e irritação.
Com uma boa avalição clínica e realização de alguns testes, é possível se fazer o diagnóstico e indicar o tratamento adequado . Primeiro, faz-se a reposição com lágrimas artificiais, que estão disponíveis no mercado, em várias concentrações e fórmulas, inclusive sem conservantes, para amenizar o desconforto do paciente. Em casos mais graves, faz-se necessário o uso de anti-inflamatórios, hormônios, antibióticos e de substâncias para aumentar a produção de lágrimas pelos olhos. Só a avaliação pelo oftalmologista ira nortear a conduta adequada para cada caso.
Astrid Vasconcelos dos Santos
CRM-PB: 4656
Especialidade: Oftalmologista