A demência, doença orgânica que geralmente acomete pacientes após os 50 anos, não produz alteração de consciência, mas induz a uma deterioração persistente nas funções mentais e cognitivas (do conhecimento).

Geralmente, a memória é a primeira importante função prejudicada. Inicialmente, o paciente exibe lapsos de memória, principalmente para fatos recentes, o que avança progressivamente, chegando ao ponto de esquecer os nomes de familiares, amigos e até o próprio nome. Com a progressão da doença, outras funções são atingidas.

Percepção, raciocínio, cálculo, orientação, alterações do humor e do comportamento começam a surgir e agravar o estado de saúde de maneira geral. O paciente pode apresentar agitação psicomotora, agressividade, além de não reconhecer as pessoas da própria família, nem a si mesmo, chegando ao ponto de, na fase final da doença, encontrar-se totalmente acamado, não respondendo a estímulos externos, apresentando problemas de fala e deglutição (ingestão de alimentos), onde já não se comunica com outras pessoas, podendo vir a surgir outros problemas relacionados à imobilidade, tais como infecções respiratórias, constipação intestinal (prisão de ventre) etc.

A doença de Alzheimer é o principal tipo de demência, sendo do grupo das demências primárias, as que acometem inicialmente as células do cérebro (neurônios), causando a morte prematura das mesmas e o desenrolar dos sintomas acima referidos.

Nos países desenvolvidos, com expectativa de vida maior de 75 anos, a demência atinge entre 10% e 22% da população, causando severos prejuí-zos aos cofres públicos com o tratamento dos pacientes, o qual é longo e dispendioso, além de um grande sofrimento à família, amigos e aos cuidadores, que são obrigados a se dedicar integralmente ao doente, haja vista que o mesmo, ao longo da doença, torna-se incapaz de exercer atividades da vida diária.

O tratamento da demência é clínico, consistente na administração de medicamentos que aumentam a concentração de neurotransmissores do cérebro, substâncias que fazem a transmissão de estímulos sensoriais e da memória entre os neurônios. As drogas, apesar de caras, são disponibilizadas pelo Estado, de forma gratuita, aos pacientes diagnosticados e encaminhados por médicos especialistas, como geriatras, neurologistas e psiquiatras.