Artigos Médicos
O homem, o câncer da próstata e muito mais...
A cada mês de novembro, marcado pelo azul, somos conclamados a combater o câncer da próstata, o mais comum e a segunda maior causa de óbito oncológico no sexo masculino. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 60 mil novos casos são previstos para 2016 e estima-se que 25% destes homens morram devido à doença, pois 1/5 dos pacientes é diagnosticado em estágio avançado. Entretanto, a saúde masculina vai além. Abrange a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e do câncer de pênis, a reabilitação da função sexual e o planejamento familiar, ainda no foco urológico.
Além disso, estatísticas mostram que o homem brasileiro está mais sujeito a violência externa, ao abuso de álcool e de drogas, tem câncer de pulmão e de intestino, com frequência tem diabetes, e morre principalmente de doenças cardiovasculares como infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais, vive em média 7 anos a menos que a sua companheira e, à sua maneira, nos pede socorro. Neste cenário desfavorável, chegar aos 65 anos não é tarefa fácil, ainda mais com uma boa saúde e alguma qualidade de vida para gozar a aposentadoria.
Neste contexto, em que políticas públicas claudicam por falta de recursos e a crise econômica atinge o país, a campanha é oportuna porque nos une, fazendo com que os homens brasileiros respondam ao chamamento da mídia, dos setores organizados da sociedade civil e das suas próprias famílias, e procurem seu médico. Como o câncer da próstata, em geral, tem um crescimento lento e silencioso, os pacientes a partir dos 45 anos de idade, mesmo sem sintomas, precisam buscar seu urologista para discutir a necessidade de realização do exame digital (toque retal) e o de sangue (PSA), principalmente se for da raça negra ou apresentar histórico de parentes com a doença.
Felizmente, com a maior conscientização da população, o diagnóstico da moléstia tem sido cada vez mais precoce, aumentando as chances de cura da doença. Mas não é só isso. Nesta oportunidade e cumprindo seu papel de principal "médico do homem", o urologista precisa ter uma visão global e atentar para os demais problemas de saúde que afligem a população masculina, identificar os fatores de risco, enfim, dialogar com os outros especialistas na busca para estabelecer também os outros diagnósticos e igualmente promover a abordagem de cada problema no seu tempo hábil.
Com foco no ser humano e na sua integralidade, trabalhando juntos pela sua saúde, cada médico tem seu papel e o desafio que atualmente se impõe está na integração e no diálogo permanente que leve o azul, o rosa, o amarelo e todas as cores, aos demais meses durante todo o ano.
Arlindo Monteiro de Carvalho Junior
CRM-PB: 4513
Especialidade: Urologista