Artigos Médicos
Apneia do sono
O nosso organismo foi feito para descansar à noite. Ao dormirmos, o coração e a respiração ficam mais lentos, a musculatura relaxa, o cérebro diminui as suas atividades. Tudo desacelera. Repousamos para enfrentarmos o dia seguinte plenos em energia e saúde.
Deitar-se com a sensação de um corpo quase em estafa e em poucos segundos adormecer, aparenta ser um bom início de noite de descanso. Daí, em pouco tempo, inicia-se o ronco seguido por um silêncio e às vezes um engasgo, tudo em ciclos, o que termina pela manhã num acordar preguiçoso, e com um organismo que não descansou. No dia seguinte, o corpo e a mente padecerão do prejuízo da falta de descanso até a próxima noite, repetindo-se reiteradamente este infinito e silencioso desgaste.
No portador da apneia do sono, o maior relaxamento dos músculos da garganta quase obstrui completamente a passagem do ar (hipopneia) levando ao ronco, ou obstrui por completo (apneia), ao longo do sono. Isto incomoda o cérebro, fazendo-o despertar (ainda que inconscientemente) e reagir com um engasgo para reabrir a garganta e permitir a passagem do ar. Com o paciente dormindo, os episódios do ronco, a hipopneia, a apneia e os despertares do cérebro serão uma constante ao longo da noite, resultando em um paciente fadigado ao acordar pela manhã.
No imediato, a apneia do sono diminui a concentração, a memória, gera mau humor, irritabilidade e depressão. Ao longo do tempo, há uma maior predisposição à hipertensão arterial, diabetes, taxas elevadas (triglicerídeos, colesterol), infarto, AVC, arritmia, entre outros.
O tratamento mais comum é o uso do CPAP, embora outras formas de tratamento também existam, a depender da razão da apneia.
Dormir bem traz saúde e bom humor para a nossa vida!
Alexandre Araruna
CRM-PB: 6391
Especialidade: Pneumologia e Clínica Médica