Sol, calor e chuvas passageiras, elementos típicos da estação mais quente do ano. Esse é o ambiente propício para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Especialistas alertam que o Aedes fica mais ativo no verão. “A alta temperatura age a favor do mosquito, pois lhe dá condições mais propícias à multiplicação”, explica a infectologista Jacqueline Martins, médica cooperada da Unimed João Pessoa.
Outro motivo para a disseminação do vetor é o armazenamento de água em casa nessa época do ano, devido à queda no volume dos reservatórios em algumas regiões. Essa reserva pode se tornar criadouro do mosquito, caso as pessoas não tome os devidos cuidados. Portanto, mais do que nunca, a palavra-chave é prevenção.
“A principal arma é a conscientização da população no combate ao mosquito”, destaca a infectologista Jaqueline Martins. Com medidas simples e alguns cuidados básicos, as pessoas podem contribuir para inibir o surgimento das larvas, evitando a proliferação do mosquito (Confira abaixo outras orientações).
SINTOMAS
A dengue, zika e chikungunya são doenças que podem levar à morte ou deixar sequelas. De acordo com Jacqueline Martins, os sintomas das viroses são semelhantes, mas o paciente também pode ser assintomático. Os principais sinais percebidos são febre, cefaleia, dor no corpo, dor nos músculos (mialgia) e nas articulações (artralgia), erupção cutânea (exantema). Porém, existem as peculiaridades de cada doença. Saiba quais:
- Dengue: a dor atrás do globo ocular/olhos (retro-orbitária) é bem frequente. Há risco de morte, como na dengue hemorrágica.
- Chikungunya: a dor articular é bastante intensa, chegando a apresentar inchaço nas articulações atingidas. A letalidade da chikungunya é menos frequente do que nos casos de dengue. No entanto, existem casos em que alguns sintomas persistem, cronificam, e o paciente pode permanecer com dor nas articulações por até três anos.
- Zika: os sintomas citados são bem menos intensos que nas outras duas viroses. Porém, o perigo maior é para gestantes e mulheres em idade fértil, pelo risco de microcefalia fetal.
TRATAMENTO
Assim que aparecerem os sintomas de uma das três doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, o paciente deve procurar rapidamente o atendimento de saúde para ser examinado por um médico e realizar os exames laboratoriais como hemograma e sorologia.
A medicação consiste basicamente no uso de antitérmico e analgésico, além da hidratação. Há situações em que o paciente precisa ficar internado, como nos casos graves de dengue. De acordo com a infectologista Jacqueline Martins, quando isso ocorre, surgem ainda sintomas como dor abdominal intensa, hipotensão arterial e letargia.
EXPERIÊNCIA
Mesmo tomando uma série de cuidados em casa, a estudante Thereza Maynara de Almeida Silva, 24 anos, contraiu chikungunya. Pior: a mãe dela também apresentou os sintomas da doença no mesmo dia em que a jovem adoeceu. “Ficamos três dias tendo febre alta, sem poder sair da cama. As mãos e braços da minha mãe ficaram inchados e meus pés também. A dor no corpo foi tão intensa que eu não conseguia me mexer”, lembra Maynara.
A estudante conta que sempre se manteve vigilante em relação à prevenção. Mas depois da experiência, a atenção aumentou. “Antes trocávamos a água dos animais de estimação uma vez por dia, agora são duas. Também começamos a alertar os vizinhos sobre como evitar água parada em casa”, diz.
COMO SE PREVENIR
Existem várias formas de evitar o surgimento das larvas. Veja as principais.
RESERVATÓRIO - Mantenha sempre bem tampados caixa d’água, tonéis, barris ou qualquer reservatório de água. Lave-os, pelo menos uma vez por semana, com água e sabão.
LIXO – Coloque garrafas usadas viradas com a boca para baixo ou deixe-as tampadas. Não jogue lixo em terrenos ou deixe-o acumulado em casa. Coloque todo o resíduo em sacos plásticos fechados e mantenha as lixeiras tampadas.
CALHA – Mantenha as calhas sempre limpas, retirando as folhas e galhos para facilitar a passagem da água. Evite também água da chuva acumulada sobre a laje.
ANIMAIS – Limpe com escova ou bucha os potes de água dos animais e troque a água diariamente.
PLANTAS – Encha os pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda. Os vasos de plantas aquáticas devem ser lavados com água e sabão toda semana.
PNEUS - Se for guardar pneus velhos em casa, retire toda a água e mantenha-os em locais cobertos, protegidos da chuva.