Qualquer pessoa pode doar órgãos e tecidos, desde que não tenha nenhuma doença infectocontagiosa ou que comprometa o funcionamento de algum órgão, como hepatite ou câncer. No caso dos rins, é possível uma doação em vida de um dos dois órgãos do doador. No caso das córneas, é possível a doação até seis horas após a morte por parada cardíaca. Para a doação de outros órgãos, é necessário que o doador tenha sido diagnosticado por morte encefálica. Geralmente a morte encefálica acontece em casos de acidentes ou AVC.
Não há limite de idade para a doação dos órgãos, desde que o quadro clínico da pessoa seja bom e compatível com o receptor, o que quer dizer mesmo tipo sanguíneo, peso e tamanho dos órgãos semelhantes e compatibilidade genéticas que evitem a rejeição.
Para que os órgãos sejam doados, é preciso que a família autorize a doação. Por isso, é importante que a pessoa deixe claro a opção para os familiares, pois não há nenhum documento que registre em vida a opção pela doação de órgãos.
Algumas questões morais e culturais acabam impedindo a doação. Conforme informou a assistente social Elisabeth Alves da Silva Coutinho, da Organização a Procura de Órgãos (OPO), anexo à Central de Transplantes da Paraíba, uma das maiores dificuldades na doação de órgãos é a crença por parte da família de um milagre na recuperação do paciente. "São realizados três exames diferentes para atestar a morte encefálica de uma pessoa. O último exame comprova a inexistência de fluxo sanguíneo no cérebro. Um exame seguro e que nunca na história houve registro de alguém que tenha voltado a viver após essa avaliação neurológica", afirma.
Caso a família decida pela doação, atendendo ao pedido do parente em vida, é necessária uma declaração confirmando a autorização dos parentes.
Mesmo com essas questões, é necessário rapidez para que o transplante tenha sucesso. O coração, o pâncreas e o pulmão, por exemplo, só sobrevivem por quatro horas entre a retirada e a doação, por isso, o aconselhável é que as duas cirurgias ocorram simultaneamente. O fígado resiste até 24 horas fora do organismo. O rim pode esperar de 24 a 48 horas. Já a córnea pode permanecer até seis dias fora do organismo, desde que mantida em condições apropriadas de conservação.
Mais informações sobre doação de órgãos podem ser obtidas pelo telefone da Central de Transplantes da Paraíba 3244-6192.