Em casa, é comum haver cortes ao lidar com atividades do dia-a-dia. A pessoa pode se machucar com uma faca na cozinha, se cortar com um caco de vidro do copo que quebrou, escorregar no chão molhado e sofrer um tombo feio, bater com a cabeça numa quina ou se ferir com um objeto pesado que despenque sobre a cabeça. Somente em 2011, os hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) registraram mais de 27 mil atendimentos para este tipo de ocorrência.
Mas o que fazer diante de uma situação destas? Bom... Aí, vai depender de cada caso, mas não precisa pânico. Algumas dicas ajudam a lidar melhor com esta situação sem entrar em pânico.
SUPERFICIAIS
Quando os cortes são superficiais, o organismo se encarrega de cicatrizá-los. Na corrente sanguínea, existem plaquetas e proteínas encarregadas de formar coágulos para interromper a circulação quando algum vaso se rompe.
Algumas medidas simples tomadas no momento do acidente podem acelerar processo de recuperação. A primeira é lavar as mãos com água e sabão (qualquer sabão) antes de prestar o atendimento para não levar germes para a área afetada. Os dois passos seguintes são comprimir o local com gaze ou pano limpo até estancar o sangue e lavar o ferimento, também com água e sabão, para remover resíduos de sujeira. Tudo isso feito com muito cuidado para não agravar a lesão.
PROFUNDOS
Se os cortes forem mais profundos, o mais urgente é estancar o sangramento. Às vezes, porém, é tanto sangue que se torna quase impossível ver o local por onde ele escapa. Nesse caso, deve-se limpar a região com um pano embebido em água até encontrar o local do ferimento. Depois é só pressioná-lo com gaze ou com um pano limpo para estancar o fluxo de sangue.
Caso o sangue não estanque em cinco ou dez minutos, no máximo, a pessoa deve ser encaminhada para socorro médico. Cortes muito profundos com sangramento abundante exigem atendimento médico de urgência.
CABEÇA
Cortes na cabeça merecem uma atenção maior. De modo geral, eles provocam sangramento abundante por causa do grande número de vasos sanguíneos concentrados nessa parte do corpo.
Se o corte for superficial, quase sempre é suficiente lavar o local com água e sabão e comprimir o ferimento para que o sangue estanque em, no máximo, dez minutos. Já os cortes mais profundos podem necessitar de pontos que devem ser dados por um médico.
Ocasionalmente, a pancada que provocou o corte na cabeça pode também ter provocado sangramento em algum vaso situado no interior do cérebro ou nas membranas que o envolvem, as meninges. Esses casos precisam ser diagnosticados depressa, pois o sangue extravasado pode comprimir estruturas cerebrais de importância vital para a sobrevivência.
Depois do acidente, a pessoa deve permanecer acordada, especialmente se for uma criança. Caso apresente dor forte de cabeça, desequilíbrio ao andar, visão dupla, vômitos, pupilas dos olhos de tamanhos diferentes, sonolência, confusão mental, desmaio, sangramentos pelo nariz ou ouvido precisa ser encaminhada para assistência médica sem perda de tempo, porque esses sintomas são sugestivos de complicações neurológicas.
FIQUE ATENTO
* Nunca aplique álcool, pomadas ou produtos desinfetantes no local do ferimento. Apenas lave a área com água e sabão;
* Não assopre o ferimento para não contaminar a região com os germes que habitam normalmente nossa boca;
* Não utilize algodão para estancar o sangue, porque as fibras grudarão na ferida, o que tornará mais difícil a sua remoção;
* Procure assistência médica, se surgirem sinais de infecção (vermelhidão, calor, dor, inchaço e pus) na região do ferimento;
* Certifique-se da necessidade de tomar uma dose de reforço da vacina antitetânica se o ferimento foi provocado por um objeto enferrujado ou sujo de terra;
* Não se assuste se o sangue do ferido respingar em você. Nenhum germe poderá penetrar sua pele, se ela estiver íntegra. Entretanto, se sua pele estiver ferida e a pessoa acidentada não tiver condições de ajudar a estancar o sangramento, tente improvisar uma luva ou outro material de proteção para evitar o contato do sangue com sua pele machucada.
Fonte: Dráuzio Varela