As vacinas fazem parte da vida da maioria dos brasileiros, desde a infância até a terceira idade. Mesmo assim ainda pairam muitas dúvidas sobre a eficácia das doses e os seus reais benefícios à saúde.
O calendário básico de vacinas do país, definido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, oferece gratuitamente pelo menos 26 tipos de vacinas. Algumas que não fazem parte do calendário podem ser encontradas em clínicas particulares.
Embora seja gratuita e não compulsória, a vacinação no Brasil nem sempre vem acompanhada de informações sobre seus efeitos no organismo. Afinal, as vacinas causam efeitos colaterais ou não? Quem toma vacina contra a gripe pega gripe? Bebês prematuros podem tomá-las?
Segundo especialistas, toda vacina pode causar algum efeito colateral, como dor no braço, vermelhidão e inchaço. Febre também é comum. Eventos mais graves, como um choque anafilático, podem acontecer, mas são considerados extremamente raros.
A vacina contém um vírus semelhante ao da doença, mas muito enfraquecido, que não te deixa doente, mas pode causar reações semelhantes à doença em si. Essa manifestação não dura mais do que 48 horas e não impede ninguém de estudar ou trabalhar.
A vacina da gripe, que tem cobertura vacinal anual no Brasil, se encaixa nesse exemplo, por ser composta por diferentes tipos modificados do vírus Influenza. Ao entrarem em contato com o organismo, podem causar reações semelhantes à própria gripe, mas na realidade estão protegendo contra o vírus.
Essa vacina induz no organismo uma resposta imunológica, que ativa as defesas do organismo, além de uma memória sobre esse vírus que lhe permitirá se defender contra ele se o indivíduo entrar em contato.
DOSES FRACIONADAS
Para defender o organismo de doenças como tuberculose, catapora, sarampo, rubéola, meningite e hepatites na infância e doenças como difteria, tétano, coqueluche e HPV no começo da fase adulta até a velhice, é preciso seguir o calendário de vacinação, sem ignorar a segunda dose.
Cada dose provoca imunidade de duração diferente. Por isso tem que tomar de acordo com a recomendação para manter-se protegido pelo tempo que for indicado.
Embora haja resistência de pais quanto a dar vacinas a bebês, o calendário contempla essa faixa etária, incluindo até os prematuros -esses com um calendário exclusivo, composto por até nove vacinas.
Para saber quais os tipos de vacina estão disponíveis e quais são indicados para cada faixa etária, acesse o site da Sociedade Brasileira de Imunizações.
MITOS OU VERDADES:
Confira mitos e verdades sobre a vacinação:
- Vacina pode ter efeitos colaterais. VERDADE: Os efeitos colaterais mais comuns são dor no braço, vermelhidão e inchaço onde foi aplicada a vacina. Também podem ocorrer febre ou mal-estar passageiro. Em alguns casos, a pessoa pode apresentar sintomas parecidos com os da própria doença. Isso acontece pelo fato de a vacina ter em sua composição um vírus enfraquecido, mas incapaz de transmitir a enfermidade. Em casos mais extremos, porém muito raros, pode causar choque anafilático.
- Vacina pode causar autismo. MITO: O autismo não pode ser induzido. Não há evidências científicas que comprovem isso.
- Mercúrio contido na vacina a torna perigosa. MITO: Algumas vacinas que contêm o metal podem desencadear mais efeitos colaterais do que os já esperados, mas não há evidências de que ele possa ser tóxico ao organismo. Antes de uma vacina ser utilizada em homologada, suas doses são testadas muitas vezes.
- Excesso de vacinas pode enfraquecer o sistema imunológico. MITO: Cada vacina provoca uma resposta imunológica diferente, que ativa a defesa do organismo a determinada doença. Além disso, ela é aplicada em doses não tóxicas ao nosso corpo
- Vacina contra gripe causa gripe. MITO: Algumas vacinas podem induzir sintomas semelhantes ao da doença que está combatendo por ter fragmentos do vírus em sua composição que, no entanto, são incapazes de causar a enfermidade. Por conter apenas algumas proteínas do vírus original em sua composição, isso torna impossível contrair a gripe ao tomar a dose.
- Não preciso tomar vacina de doença já erradicada. MITO: Enquanto o vírus de alguma doença erradicada no Brasil estiver circulando no mundo, haverá a necessidade de se oferecer vacinas a fim de impedir que ele volte a se manifestar no país. Um exemplo é a vacina contra poliomielite ainda oferecida pelo SUS (Sistema Único de Saúde), embora a doença esteja erradicada por aqui. Ela é aplicada para garantir que as novas gerações tenham imunidade e não desenvolvam a doença quando eventualmente entrarem em contato com o vírus.
- Vacina do HPV é indicada somente para meninas. MITO: A vacina também é indicada para meninos com idades entre 9 e 26 anos, como forma de combater a doença sexualmente transmissível. No calendário do SUS, a vacinação é voltada às meninas porque o HPV aumenta as chances de desenvolver câncer no colo do útero. A medida ajudaria também na prevenção da DST.
- Deixar de vacinar crianças faz com que doenças já extintas voltem a se manifestar. PARCIALMENTE VERDADE: A diminuição da cobertura vacinal cria um ambiente favorável à circulação do vírus. Ao entrar em contato com o vírus, pessoas desprotegidas podem ser infectadas e repassá-lo a indivíduos igualmente não imunizados.
- Grávida não pode tomar vacina. MITO: Algumas vacinas com vírus enfraquecidos (atenuados) são contraindicadas, mas a grande maioria é recomendada. A vacina da rubéola é indicada para a mulher que pretende engravidar ou que está em idade reprodutiva porque pegar a doença durante a gravidez pode causar a morte do bebê. E, ao contrário do que se diz, a vacina da gripe também é indicada.
- Doses de reforço de vacina são dispensáveis. MITO: Cada dose da vacina provoca a imunidade por um determinado período, portanto são complementares para garantir que a pessoa fique protegida pelo tempo estimado.
- Bebê prematuro não pode tomar vacina. MITO: Bebês prematuros devem tomar vacinas, pois são considerados um grupo de altíssimo risco em relação a infecções. As vacinas devem ser administradas ainda no hospital, caso o bebê esteja internado.
- Não vacinar fortalece o sistema imune. MITO: Esse tipo de afirmação não procede, embora cada pessoa possa ter uma resposta imunológica diferente a cada vacina. Sem elas, a pessoa fica mais vulnerável a adquirir diferentes doenças.
Com informações do site Uol