Se a criança anda se queixando de dor de cabeça, tontura, olhos vermelhos e lacrimejamento, fique atento: estes sintomas podem indicar distúbios oculares. Estudos apontam que, na infância, 75% das disfunções visuais são assintomáticas. Mas, a tecnologia pode ajudar a evitar complicações.
Na Internet, está disponível um teste que permite checar os vícios de refração e a ambliopia. Dependendo do resultado, a pessoa é orientada a procurar ajuda de um oftalmologista. O teste é dividido em três tipos de tabela: Snellen gancho (indicado para adultos analfabetos), figuras (para crianças que ainda não sabem ler) e alfabeto (para crianças e adultos alfabetizados).
Para fazer o teste, a criança deve estar sentada, a tela do monitor posicionada contra a luz, na altura dos olhos e a 5 metros de distância da cadeira. O exame é feito em cada olho separadamente, tapando-se o outro com a mão em forma de concha. Caso ocorra dificuldade de enxergar antes da linha 0.8 da tabela, é aconselhável procurar um oftalmologista.
Para acessar o teste, CLIQUE AQUI e entre no site do Instituto Penido Burnier, de São Paulo. Vale ressaltar que o teste jamais deverá substituir a consulta médica. Dos 3 aos 10 anos de idade, os pais ou responsáveis devem fazer uma avaliação visual nos filhos todo ano. Esta simples atitude pode melhorar o rendimento escolar e evitar até 60% dos casos de cegueira infantil.
DADOS PREOCUPANTES
De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, existem hoje no Brasil mais de 27 mil crianças cegas e cerca de 83 mil com baixa visão. Para especialistas, a ausência de sintomas aliada à falta exames oftalmológicos regulares estariam por trás da preocupante estatística.
Os maiores problemas de vista na infância são os vícios de refração - miopia, hipermetropia e astigmatismo. Quando não são corrigidos com óculos, o esforço para enxergar faz com que se agravem. Além disso, por falta de estímulo visual, a criança pode desenvolver a ambliopia ou “olho preguiçoso”, que se não for tratado com a oclusão (tampão) do olho de melhor visão até os 6 anos de idade resulta em baixa visão em um dos olhos.
Um estudo realizado de 2005 a 2007 com professores e pais de 363 crianças demonstrou que 50% tiveram melhora no rendimento escolar após o uso de óculos. Na avaliação dos pais, 88% das crianças têm maior interesse pelos estudos e concentram-se mais nas tarefas. Eles também afirmam que as crianças pararam de se queixar de dor de cabeça e que 91% conseguem realizar tarefas que antes não conseguiam.
DALTONISMO
O daltonismo, leitura diferenciada das cores, é decorrente de uma alteração nas células cones da retina. Embora não interfira no aprendizado, é importante que seja detectado porque ajuda aos portadores decifrarem como fazem a leitura das cores para estabelecer uma melhor relação com o mundo.
Para facilitar a avaliação pelos pais, no site do Instituto Penido Burnier também está disponível o teste de Ishihara. De acordo com o oftalmologista responsável, Leôncio Queiroz Neto, o teste deve ser aplicado em cada olho separadamente, a uma distância de 5 metros do monitor. Caso a criança tenha dificuldade de identificar os números no centro de cada tela, é sinal de que sofre de daltonismo.
O daltonismo ocorre em 7 homens para cada mulher, a causa é genética e não tem cura. Engana-se que pensa que o daltônico enxergue apenas em branco e preto. Muitos enxergam perfeitamente bem, mas com um código de leitura das cores distinto do padrão.