A Paraíba registrou 1.543 mortes no ano passado por problemas relacionados ao tabagismo. Os dados são da Secretaria Estadual da Saúde (SES) que informa, ainda, que o Estado tem hoje aproximadamente 740 mil fumantes.
Para alertar sobre o problema, que sempre é alvo de campanhas da Unimed João Pessoa, foi comemorado sábado (15) pela primeira vez na Paraíba o Dia Estadual de Combate ao Fumo. Diversas ações foram realizadas pela SES em João Pessoa, Cabedelo, Campina Grande, Bananeiras, Sumé e Patos.
Na Capital, as atividades aconteceram no cruzamento das avenidas Epitácio Pessoa e Rui Carneiro e nas imediações da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O objetivo foi conscientizar a população sobre os danos causados à saúde pelo tabagismo. As equipes da SES também orientaram a população a não fumar em ambientes fechados.
ORIENTAÇÃO AOS MÉDICOS
Ontem (16), o tabagismo também foi tema do artigo médico semanal da coluna “Unimed Saúde”, publicada aos domingos nos jornais Correio da Paraíba, O Norte e Jornal da Paraíba. O texto, produzido pelo pneumologista Sebastião de Oliveira Costa, lembra o importante papel dos médicos no combate ao tabagismo.
Sebastião Costa é um dos maiores especialistas da área na Paraíba. Confira abaixo, na íntegra, o artigo que ele escreveu para a coluna Unimed Saúde:
O médico fumante e a sociedade
Nenhuma saudade dos tempos em que fumar era charmoso e elegante!
Durante os anos 90, a competência dos programas de combate ao fumo, respaldada pela cumplicidade espontânea da mídia, produziu na sociedade uma marcante reversão de mentalidade, transformando o ato de fumar em algo feio e nocivo. O charme foi substituído por tosse e secreção; o mau-hálito e os dentes amarelos tomaram o lugar da elegância. Hoje, o tabagista é estigmatizado, tornou-se “persona non grata”.
Se a população incorporou essa visão do tabagista comum, o que dizer do médico que fuma? O profissional que deveria orientar essa mesma população a evitar o infarto do miocárdio, o enfisema pulmonar, o câncer de pulmão?
Qualquer observador mais atento vai identificar na atitude do colega fumante quatro pecados capitais: um péssimo exemplo para seus pacientes; absoluta omissão no trabalho de informar e educar a comunidade sobre os malefícios do cigarro; desrespeito às leis vigentes que proíbem fumar em lugares inadequados (alguns cometem o absurdo de fumar em seu próprio ambiente de trabalho); exposição de pessoas saudáveis à nocividade de sua fumaça.
Deve-se admitir que se desvencilhar da nicotina não é tarefa fácil, mas é muito fácil hoje recorrer a métodos eficientes para largar o cigarro. Insistir em cometer todos esses pecados e ainda por cima “suicidar-se” lenta e CONSCIENTEMENTE é erro imperdoável.