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Som alto pode causar problemas de audição; veja como evitar

Publicada em 23/03/2015 às 07h

Exposição contínua a altos níveis de ruído pode causar deficiência auditiva Exposição contínua a altos níveis de ruído pode causar deficiência auditiva

Música muito alta, buzinas, fones de ouvido, fogos de artifícios podem prejudicar a audição. Isso ocorre, segundo Associação Brasileira de Otorrinolaringologia (Aborl), porque o som alto lesa as células sensoriais auditivas, podendo provocar zumbidos e distorções sonoras e até a perda da audição.

A Organização Mundial da Saúde (ONU) já estima que 10% da população do planeta tem algum tipo de deficiência auditiva por diversas causas, sendo uma delas a exposição aos sons intensos e ruídos no ambiente de trabalho. O problema preocupa os especialistas, que alertam para o número crescente de pessoas com deficiência auditiva.

Mas não pense que só quem trabalha em locais muito barulhentos, como o trânsito, as indústrias ou aeroportos, estão sujeitos a desenvolver problemas de audição. O som intenso pode acontecer nas situações mais comuns do nosso dia a dia como, por exemplo, cinemas, danceterias, shows musicais, comemorações com fogos de artifício ou, simplesmente, ouvir música em equipamentos com fone de ouvidos.

"Algumas vezes, uma simples e única exposição a um som muito intenso pode ser suficiente para levar a um dano auditivo irreversível", adverte a associação.

A orientação dos especialistas é de que as pessoas não experimentar níveis de ruído que excedam 85 a 90 decibéis (dB). Alguns estudos apontam que a chance de um indivíduo desenvolver perda auditiva quando exposto a ruídos de 90 decibéis durante 40 anos é de 25%. Um ruído acima de 100 dB pode lesar irreversivelmente as células sensoriais de pessoas suscetíveis.

Para se ter uma ideia, uma conversa normal entre duas pessoas tem a intensidade de 50 a 60 decibéis, enquanto um aparelho de som emite de 100 até 120 decibéis. Portanto, é bom ficar atento ao barulho em sua volta para evitar problemas na audição.

SINTOMAS

Geralmente, as pessoas nem sentem o problema, mas com o tempo percebem dificuldade em ouvir, zumbidos e incômodos, o que pode levar à surdez se não for acompanhado por uma especialista.

A exposição aos sons intensos também pode acarretar outros sintomas como ansiedade, alteração de humor, irritabilidade e hipertensão arterial.

BARULHO PARA TODO LADO

É num ambiente barulhento que trabalha o servidor público municipal, Onézimo Félix, 35 anos, morador dos Funcionários II. Agente de mobilidade urbana, Félix cumpre a mesma rotina há 10 anos, e todos os dias fica exposto a índices intoleráveis de ruído. Som muito alto, buzinas incessantes, ronco dos motores e tem mais um agravante: o rádio comunicação, instrumento de trabalho diário.

As consequências disso tudo: zumbidos e incômodo nos ouvidos. "Não tenho como fugir, pois estou exercendo a minha função, mas tento me proteger", disse o agente, que usa protetor auricular e, às vezes, algodão nos ouvidos para tentar diminuir o barulho.

Há seis meses, Onézimo Félix percebeu barulhinho estranho no ouvido e decidiu procurar uma fonoaudióloga para saber a causa. "Percebi um zumbido, fiquei preocupado e fui procurar o médico para fazer um exame de rotina, mas deu tudo dentro da normalidade", disse o agente. "Como faz parte do meu trabalho e não posso fugir do barulho, me preocupo em fazer a prevenção periodicamente para evitar problemas de audição no futuro", afirmou Félix.

TRATAMENTO

Ao sentir qualquer alteração na audição, as pessoas devem procurar um especialista para avaliar se existe uma perda de audição ou complicações e realizar exames específicos. Apenas o médico poderá diagnosticar e tratar o problema da forma mais adequada.

DICAS

Mantenha o volume baixo;

Limite o tempo dedicado às atividades ruidosas;

Utilize tampões para os ouvidos em ambientes ruidosos;

Reduza o tempo que você se expõe ao barulho;

Faça exames auditivos periódicos.

VOCE SABIA?

Em 24 de abril é comemorado o Dia Internacional da Conscientização Sobre o Ruído. Essa data foi criada em 1996, nos Estados Unidos, para promover o evento mundial de conscientização que consiste em ficar 60 segundos em silêncio para demonstrar o impacto do ruído na vida cotidiana.

(Com informações da ONU e da Arbol)