Dados do Ministério da Saúde apontam que 35% da população brasileira, quase 60 milhões de pessoas, sofrem de algum tipo de alergia. No mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema atinge 2 bilhões de seres humanos. E as expectativas não são nada otimistas. A OMS estima que até o final do século metade da população do planeta venha a desenvolver algum tipo de alergia. Por conta disso, as alergias vêm sendo consideradas uma séria ameaça à saúde pública e têm despertado atenção especial de autoridades de todo o mundo. Amanhã, é Dia Nacional de Prevenção às Doenças Alérgicas e Dia Mundial de Combate à Asma. Durante toda a semana, a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia (SBAI) divulgou, através de suas regionais, informações na imprensa sobre a importância da prevenção e tratamento destas doenças. As alergias são provocadas por causa de uma autodefesa exagerada do organismo aos alérgenos, que geralmente são substâncias inofensivas, a exemplo da poeira doméstica e dos ácaros. No momento em que o alérgeno entra em contato com o ser humano através do aparelho respiratório, do aparelho digestivo ou da cútis, o sistema de defesa natural do organismo o encara como um inimigo em potencial e induz a produção de anticorpos da imunoglobulina (IgE), que libera doses excessivas de histamina na corrente sangüínea, causando a irritação. Os três tipos mais comuns de alergia são as rinites, a asma e a dermatite atópica (alergia a alguns tipos de alimentos). De todas, a mais grave é a asma que mata no Brasil, anualmente, cerca de 2,5 mil pessoas. Em 2004, a doença gerou gastos de aproximadamente R$ 123,2 milhões no Sistema Único de Saúde (SUS). A asma atinge 17 milhões de brasileiros e chega a afetar 100 milhões de pessoas em todo o mundo. A doença tem prevalência na infância, mas pode aparecer em qualquer etapa da vida. Distribuição gratuita de medicamentos Uma boa notícia para se comemorar no Dia Nacional de Prevenção às Alergias e Dia Mundial de Combate à Asma. O Ministério da Saúde (MS) está empenhado em diminuir o sofrimento dos portadores de asma e rinites alérgicas com a intensificação dos investimentos na distribuição de medicamentos para controlar estas doenças. No segundo semestre deste ano, o MS vai colocar em prática a Política Nacional de Atenção Integral a Pessoas com Doenças Respiratórias. Esta nova política possibilitará que os portadores de asma leve e moderada e de rinite sejam atendidos nas unidades básicas de saúde e que tenham acesso a medicamentos gratuitos. Atualmente, todo o atendimento é feito nos hospitais e centros de referência. Os estados continuarão responsáveis pela aquisição e distribuição de medicamentos para portadores de asma grave. A política vai desempenhar um importante papel social. Para se ter idéia, os medicamentos para o controle da asma custam, em média, R$ 300,00. Um custo muito alto, por exemplo, para a realidade de um Estado como a Paraíba.