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Situação dos transplantes no Brasil é discutida em abertura de simpósio

Publicada em 16/04/2010 às 22h52

Neste momento, cerca de 60 mil pessoas estão contando os dias, as horas e os minutos à espera de uma notícia que podesignificar a diferença entre a vida e a morte. Sim, esse número faz parte dos pacientes que estão na lista dos que aguardam a boa vontade de alguém que decida doar órgãos, uma atitude simples, mas que, infelizmente, ainda não faz parte da rotina de grande parte dos brasileiros.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou em 2009 número recorde de doadores de órgãos. Em números absolutos, foram 1.658 , ou 8,7 doadores por milhão da população (ppm). A princípio, o aumento parece espetacular, mas, segundo o nefrologista e presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), Valter Duro Garcia, ainda há muito o que ser feito para chegar a uma situação tranquila no país.

“Na Espanha, por exemplo, o número de doadores é de 34,4 ppm. E é só uma média. Em algumas cidades desse país, esse númerosobe para 45; já na Paraíba, não chega a 2”, afirmou o médico durante a palestra “Situação dos transplantes de órgãos noBrasil – uma visão geral”, ministrada por ele nesta sexta-feira (16), no Simpósio de Transplante e Doação de Órgãos.

E para melhorar essa situação, o que é preciso ser feito? Para o médico, existem alguns desafios a serem vencidos, como, porexemplo, sensibilizar a população a se tornar um doador potencial, e aumentar a captação de órgãos e, consequentemente aefetivação de transplantes. “Nós precisamos, ainda, distribuir melhor esses órgãos e levá-los para quem precisa e não para quem pode pagar”, complementou.

A palestra fez parte da programação do Simpósio de Transplante e Doação de Órgãos, iniciado nesta sexta-feira, no Littoral Hotel e que reuniu cerca de 70 pessoas, entre médicos cooperados e estudantes de medicina.

O evento, promovido pela Coordenação de Educação Técnico-Científica, terá prosseguimento neste sábado (17), com a discussão de várias questões importantes para a área. Entre elas, a situação de transplante na Paraíba, critérios de exclusão de potenciais doadores, diagnóstico de morte encefálica, cuidados com o doador, aspectos psicológicos do paciente, transplante de coração, de fígado e de rim e anestesia nos transplantes. Para conferir a programação completa, clique aqui.

REFERÊNCIA NO ESTADO

O evento foi iniciado às 20h, pelo diretor Financeiro da Unimed JP, João Modesto Filho, representando o presidente da Cooperativa, Aucélio Melo de Gusmão; o diretor do Hospital Unimed JP, Fábio Rocha; o presidente do Sescoop-PB, Agostinho dos Santos; a coordenadora da Central de Transplantes da Paraíba, Gyanna Lyz Montenegro; o secretário de responsabilidade social e desenvolvimento humano da Unimed JP, André Pacelli; e o coordenador de educação técnico-científica, Ricardo Queiroga.

“O desenvolvimento tecnológico que estamos passando, nos obriga a constantes atualizações. Graças a isso, o Hospital Unimed JP passou por grandes modificações e se tornou referência em vários procedimentos importantes, como os transplantes, por exemplo. Hoje, nós somos os únicos autorizados pelo Ministério da Saúde a realizar esse tipo de cirurgia no Estado”, enfatizou o diretor Financeiro da Unimed JP, João Modesto Filho.

Para o diretor do Hospital Unimed JP, Fábio Rocha, essa referência do Hospital - que já realizou 63 transplantes ao todo, sendo 52 de fígado, 7 de coração e 4 de rim - se dá também por causa da dedicação dos profissionais que trabalham no local. “São todos muito bem qualificados e, mais do que isso, são pessoas que sabem que, mais fácil do que fazer um rabisco em um papel, é avaliar bem o paciente e possibilitar um bom tratamento com a simples ação de digitar no computador”, avaliou.

QUALIDADE DE VIDA

“Aliado a isso, ainda preciso destacar as ações de responsabilidade social realizadas pela Unimed JP e Hospital, através do Instituto UniGente. Afinal, para obtermos saúde, precisamos ter uma boa qualidade de vida”, considerou o presidente de Sescoop-PB, Agostinho dos Santos.

“Transplante, para mim, é algo divino. É uma oportunidade única que nós, médicos, temos de devolver a esperança a pessoas que só conseguiam enxergar doença. Sendo assim, guardem com vocês todas as palavras ditas e coloquem em prática sempre”, finalizou Ricardo Queiroga.