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Seminário é aberto com discussão polêmica

Publicada em 23/11/2007 às 22h37

A eutanásia é contra a história da Medicina, do princípio hipocrático. A afirmação é do professor da Universidade Federal da Paraíba, Genival Veloso de França, que ministrou palestra agora há pouco no Seminário de Humanização dos Procedimentos Médicos em Cooperativas de Saúde.

Com o tema “Pacientes terminais – dialética da vida e da morte”, o professor iniciou a apresentação explicando da dificuldade em se definir e conceituar o que é um paciente terminal. “De uma forma simples, é aquele paciente que não responde a nenhuma medida terapêutica aplicada ou conhecida, mas é preciso ter um diagnóstico sério”, afirmou.

Segundo ele, duas características definem se um paciente é terminal: incurabilidade e o fracasso terapêutico do tratamento médico. No entanto, segundo ele, não é fácil dizer que um paciente é terminal, mesmo se ele tiver uma doença séria.

Genival Veloso mostrou as características de três tipos de pacientes diferentes. O paciente em estado vegetativo continuado, segundo afirmou, possui todas as condições para tratamento; é um paciente salvável e para ele foram criadas as Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s). O segundo tipo é o paciente em estado vegetativo permanente, que se caracteriza pela dificuldade no trataemnto; é o que não tem evidência de consciência; não responde a estímulos, mas sobrevive com respiração autônoma . “Esses não deveriam ficar no mesmo lugar do paciente vegetativo continuado, não deveriam ficar em UTI, mas sim serem tratados no conforto da casa e com a família”, afirmou. Já o paciente com morte encefálica está diagnostificado, através de dois exames, como com processo irreversível, a morte.

O palestrante afirmou que todo o indivíduo merece o melhor cuidado para se tratar. ”Quando a morte chega no seu tempo, sem antecipação, por mais duro que seja- e sempre é- é preciso aceitar”, disse. Genival Veloso explicou que também não adianta manter o tratamento, quando se sabe que não terá resposta, o que se chama de terapêutica fútil.

“Os pacientes terminais e vegetativo permanente exigem cuidados, devem ter toda a assistência para uma sobrevida confortável”, afirmou.

O Seminário de Humanização dos Procedimentos Médicos terá continuidade amanhã,com a palestra do anestesiologista e presidente da Unimed JP, Aucélio Gusmão, que abordarão tema “Atitude ética permanente”. Em seguida serão realizadas duas mesas- redondas. A primeira com o tema “ Necessidades especiais dos pacientes terminais” e a seguinte abordará “Irreversibilidade Patológica, comportamento terapêutico e visão moral das condutas”.

ABERTURA

O Seminário foi aberto na noite desta sexta-feira (23), pelo presidente da Unimed JP, Aucélio Gusmão. Em seu discurso, o anestesiologista falou da satisfação da Unimed em protagonizar um tema da maior importância dos dias atuais. “O cuidado e o tratamento de um paciente terminal constitui um desafio na mente das pessoas, principalmente daquelas que têm poder de decisão sobre isso, como um médico”, afirmou.