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Saúde lança novas imagens de advertência para embalagens de cigarro

Publicada em 28/05/2008 às 12h10

O Ministério da Saúde lançou terça-feira (27) as novas imagens de advertência sanitárias das embalagens dos produtos de tabaco. Pela primeira vez, as fotos e mensagens foram produzidas e selecionadas com base em um estudo sobre o grau de aversão que as ilustrações alcançam. Sábado (31) é o Dia Mundial Sem Tabaco.

“As imagens são fortes. Elas radicalizam a linha que vinha sendo adotada pelo Ministério da Saúde, mas foram construídos por um conjunto de evidências. Há toda uma avaliação para fortalecer essa estratégia”, afirmou o ministro José Gomes Temporão. As fotos estão disponíveis no portal do Ministério da Saúde.

O estudo foi desenvolvido, de 2006 a 2008, pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) em parceria com os Laboratórios de Neurobiologia da Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ) e de Neurofisiologia do Comportamento da Universidade Federal Fluminense (UFF), o Departamento de Artes & Design da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A pesquisa mediu a reação emocional de 212 jovens entre 18 e 24 anos, fumantes e não fumantes, de três faixas de escolaridade (ensino fundamental, médio e superior), divididos igualmente em homens e mulheres. Em julgamento, as características emocionais das imagens sem referência à sua função de advertência sanitária. As novas imagens foram consideradas mais aversivas, em comparação com as anteriores, aumentando o potencial de gerar uma atitude de afastamento do produto.

“O nosso foco são os jovens. Nós percebemos que a indústria desenvolve estratégias para capturar essa garotada e queremos mostrar a outra face da realidade”, disse o ministro.

“As imagens têm o objetivo de provocar repulsa pela utilização de um produto que pode causar aquele tipo de lesão que está sendo demonstrada”, completou Luiz Antônio Santini, diretor-geral do Inca.

CONTROLE DO TABAGISMO

As imagens fazem parte de um conjunto de medidas propostas pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo que, nos últimos 20 anos, vem obtendo resultados positivos, como a redução da proporção de fumantes na população de 34,8%, em 1989, para 22,4%, em 2003. Um inquérito populacional do Ministério da Saúde, realizado em 2006 em todas as capitais, mostrou uma prevalência de tabagismo de 16% na população acima de 18 anos. O Banco Mundial publicou uma análise em 2007 que mostra o aumento de famílias não fumantes de 66% para 73%, entre 1995/1996 e 2002/2003. Outro ponto importante é a redução na taxa de mortalidade por câncer de pulmão entre os homens, que em 90% do casos acontece entre os fumantes.

A cada ano, o cigarro mata quase 5 milhões de pessoas em todo o mundo; 200 mil, somente no Brasil. Segundo o Inca, a dependência está associada a 90% dos casos de câncer de pulmão, 85% dos óbitos por enfisema pulmonar, 40% dos derrames cerebrais e 25% dos infartos fatais.

COMITÊ NA PARAÍBA

Na Paraíba, entidades da área da saúde também estão tomando providências para diminuir as mortes causadas pelo tabagismo. Nesta quinta-feira (29), a Associação Médica da Paraíba (AMPB) vai instalar oficialmente o Comitê Permanente do Controle do Tabagismo (CPCT). A solenidade, que faz parte da programação local do Dia Mundial sem Tabaco (31), será às 11h40, no auditório da AMPB.

No evento, serão entregues certificados aos componentes do CPCT, que é formado por médicos das sociedades de Pneumologia, Cardiologia, Psiquiatria, Gastroenterologia, Pediatria e Otorrinolaringologia. O Comitê Permanente do Controle do Tabagismo é presidido pelo pneumologista Sebastião de Oliveira Costa.

(Com informações do Ministério da Saúde)