No mês de novembro, a atenção da sociedade se volta para a saúde do homem através da campanha mundial Novembro Azul, que alerta sobre o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Mas viver bem engloba muitos outros aspectos e a Organização Mundial de Saúde (OMS) revela pontos preocupantes: a população masculina vive em média 7 anos menos que a feminina (72 X 79 anos) e tem mais doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e elevação da pressão arterial.
O que falta então aos homens para estarem dentro destas estatísticas? Segundo especialistas, a menor expectativa de vida está relacionada a uma soma de fatores biológicos, comportamentais e sociais.
O urologista Fábio Martinez de Melo, médico cooperado da Unimed João Pessoa, explica que a ciência suspeita que hormônios femininos (estrógeno e progesterona) podem exercer um papel antioxidante e aumentar a imunidade feminina, contribuindo para uma maior resistência às doenças. Há ainda o fato de os homens estarem mais expostos às atividades de risco e serem vítimas mais frequentes da violência urbana e rural.
Como ninguém pode alterar a natureza humana, nem estar imune à violência ou riscos externos, fica difícil alterar as causas citadas anteriormente. Contudo, há outros elementos que favorecem a menor longevidade do homem e estes dependem, única e exclusivamente, do comportamento adotado por cada um. “Eles têm menos cuidado com a saúde, consomem mais cigarro, álcool e gordura animal do que a mulher”, destacou o urologista.
Portanto, para viver mais e melhor, a comunidade masculina também tem sua parcela de responsabilidade e pode tentar mudar a realidade atual através da mudança de hábitos. Veja a seguir algumas dicas que podem contribuir para o bem-estar do homem.
ELES PRECISAM
- Beber (álcool) moderadamente
- Parar de fumar
- Evitar gordura animal
- Ter uma dieta rica em legumes, verduras e cereais
- Ingerir muito líquido
- Praticar exercícios físicos regularmente, porém sem exageros
- Fazer visitar regulares ao médico para realizar um check up ou tratar precocemente possíveis doenças
- Diminuir o stress
CONSCIENTIZAÇÃO
No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido às complicações do câncer de próstata, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). E neste mês é realizada mundialmente a campanha de alerta sobre o diagnóstico precoce e tratamento da doença. Mas afinal, o que é a próstata?
Nada mais é do que uma glândula do sistema reprodutor masculino, que pesa cerca de 20 gramas, com um formato parecido ao de uma castanha. Está localizada logo abaixo da bexiga e sua principal função, juntamente com as vesículas seminais, é produzir o esperma.
Segundo o urologista Fábio Martinez de Melo, médico cooperado da Unimed João Pessoa, o principal fator de risco para o câncer de próstata é a hereditariedade, e este não tem como modificar.
Porém, os fatores comportamentais podem reduzir a incidência, como por exemplo: manter uma dieta saudável, praticar atividade física, fazer visitas regulares ao consultório médico, evitar ingestão de álcool, enfim, manter uma vida regrada e sem excessos.
SINTOMAS
Se o câncer de próstata for descoberto no início, as chances de cura, segundo Fábio Martinez, superam os 90%. Mas nessa fase não há sintomas. Somente quando o quadro está avançado poderá haver obstrução urinária, dores ósseas, perda de peso, sangramento ao urinar, dentre outros sinais.
Daí a importância de se fazer o chek up prostático regularmente a partir dos 50 anos de idade. Aqueles que têm antecedente familiar devem tomar esse cuidado após os 45 anos.
O check up prostático compõe-se de consulta medica onde, após um diálogo franco entre paciente e especialista (anamnese) se identificará possíveis sintomas urinários e a presença de fatores de risco. A seguir haverá toque retal e solicitação de PSA (análise sanguínea do Antígeno Prostático Específico), exame de urina e ultrassonografia. “No caso de suspeita de câncer, uma biopsia é solicitada para confirmação diagnóstica e orientação do tratamento”, explicou o urologista.
EQUILÍBRIO NA VIDA
O engenheiro mecânico Antonio da Silva não descuida da saúde. Aos 42 anos de idade, ele procura manter um estilo de vida saudável, sem esquecer as visitas regulares aos especialistas.
Hipertenso e com cálculos renais, Antônio segue corretamente as orientações médicas e adota uma dieta equilibrada. “Costumo cuidar da minha saúde através de uma alimentação saudável, com menos gordura, açúcar e sal. Faço atividade física e, periodicamente, realizo check-up com meu cardiologista e outros especialistas”.
Mesmo trabalhando cerca de 8 horas diariamente, o engenheiro prioriza seu período de descanso e também não dispensa a convivência com a esposa e com a filhinha de cinco anos. Ele ainda pratica academia e dedica alguns dias da semana para correr na orla. E quando indagado como deseja chegar aos 80 anos, ele não vacila na resposta. “Com saúde se Deus quiser!”