“Um dos maiores desafios de um líder é superar os seus sabotadores internos.” A afirmação é do professor Henrique Rossoni, que ministrou sábado (13) o curso “Formação para novas lideranças cooperativistas” para médicos cooperados da Unimed JP, no Hotel Netuanah, na Capital. De acordo com ele, na maioria das vezes, se os planos de alguém não dão certos é porque a pessoa praticou a “autosabotagem”. Confira abaixo uma entrevista concedida pelo professor antes do início do curso, que foi promovido pela Secretaria de Responsabilidade Social e Desenvolvimento da Unimed JP, através da Coordenação de Educação Cooperativista, e pelo Sescoop-PB. Rossoni é graduado em Administração de Empresas pela Universidade de Passo Fundo (RS) e pós-graduado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (DF).
ENTREVISTA
Existe diferença entre o líder de uma empresa comercial e o de uma cooperativa?
A liderança numa empresa constituída é voltada para os departamentos, para as pessoas, para a própria organização como um todo. A diferença para a liderança cooperativista é que o líder cooperativista é “o seu próprio negócio”, é um cooperativado. Por isso, a liderança cooperativista é mais focada na autoliderança. Isso significa que o líder cooperativista vai se autodirigir.
Quais as qualidades que deve ter um líder cooperativista?
Além das qualidades que nós sabemos que os nossos colegas que vão assistir ao curso já têm, vamos desenvolver algumas técnicas bem objetivas sobre como se atingir os objetivos. Todas as pessoas conhecemos têm planos maravilhosos, sonhos maravilhosos, pensam grande. Mas, aí começa a pequena dificuldade, que vem a ser o pensar e o realizar. Então, esse é um dos pontos básicos do nosso treinamento: passar os instrumentos e as ferramentas para que o empreendedor torne esses sonhos e planos maravilhosos em realidade de uma forma efetiva, transformando-os em um bom negócio.
Quais os maiores desafios, hoje, de um líder?
Um dos maiores desafios de um líder, independentemente de ser dentro das organizações comerciais ou das cooperativas, é lidar com os seus sabotadores internos. Os problemas da grande maioria das pessoas não estão fora delas. As pessoas têm um grande sabotador dentro de si, que se chama anti-sonho. Para cada sonho de alguém, tem o anti-sonho que trabalha no sentido contrário. Então, na maioria das pessoas o anti-sonho está vencendo de goleada. Quando o anti-sonho, que é o sabotador, vence, você tem a frustração. Você sonha e não realiza. Quando o seu sonho vence o sabotador, você tem a realização. Então, esse, realmente, é o maior desafio de todos os líderes, independentemente de serem cooperativistas ou não.
Como fazer para vencer o sabotador interno?
A gente vê isso no curso. São técnicas que a gente desenvolve ao longo do dia para a pessoa se conscientizar disso, pois o primeiro passo é tomar conhecimento disso, já que muitas pessoas não sabem. Quando elas não realizam alguma coisa, procuram culpados, que podem ser outras pessoas ou até outros contingentes. Dizem: “não realizei porque choveu, porque caiu uma ponte, porque aconteceu isso”. Mas, na realidade, o grande problema não está lá fora. Você tem que tomar consciência de que aquilo que você não realiza na sua vida, o maior responsável pela não realização é você. Quando você toma consciência disso e utiliza as técnicas para superar, melhora em mais de 50% as possibilidades de realização. Em tudo!
Qual o maior erro cometido por uma pessoa que quer ser líder?
O maior erro que um líder pode cometer é se achar auto-suficiente. Achar que já está capacitado para o cargo, para desenvolver aquela liderança. No mundo em que vivemos, onde a velocidade das transformações é supersônica e diária... e não diria nem diária, mas de cinco e cinco minutos, quando o líder acha que já sabe, que já está bom, ele começa a afundar, começa a pecar porque nós precisamos de atualização, atualização e atualização.
O que o senhor acha de iniciativas como esta da Unimed JP, que está promovendo um curso sobre liderança cooperativista?
Eu acho sensacional. Este treinamento é fundamental para médicos que, como tantos outros profissionais, estão assoberbados e precisam receber informações de outros campos para melhorar o empreendedorismo.