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Relatório comprova melhoria de vários indicadores sociais no Brasil

Publicada em 06/05/2010 às 13h43

Em 1990, a cada quatro brasileiros um tinha renda diária inferior a US$1, 25. Ou seja, 25,6% da população vivia abaixo da linha da pobreza internacional. O Brasil avançou tanto no combate a extrema pobreza à fome, que em 2008, apenas 4,8% da população eram pobres, segundo critérios internacionais.

Essas informações estão inseridas no 4º Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que foi lançado aqui na Paraíba na manhã desta quinta-feira (7) durante o Seminário Estadual dos ODMs, no auditório do Sesi, em João Pessoa. Os ODMs são um conjunto de oito metas estabelecidas pela ONU juntamente com mais 190 países para cumprimento até 20015.

O documento, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), foi apresentado pelo consultor do Ipea, Constantino Mendes.

Segundo ele, com relação ao combate à fome e à pobreza, primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, o Brasil já conseguiu não apenas cumprir a meta, que é eliminar pela metade a proporção da população pobre no país, como também alcançar uma meta mais ousada, assumida voluntariamente em 2005, de reduzir essa proporção para um quarto da população total. “Dos oito objetivos, esse é o que o Brasil alcançou melhor resultado”, comemorou.

Apesar desse desempenho, Constantino Mendes fez um alerta para as desigualdades internas. “Entre elas, as mais importantes são as desigualdades entre as regiões do país, entre zonas rurais e urbanas e entre grupos raciais", explicou.

O segundo Objetivo do Milênio, educação básica de qualidade para todos, também tem apresentado resultados bastante positivos, segundo o consultor. Ele mostrou que nos últimos três anos, reduziram-se as desigualdades quanto ao acesso por região. Avanços também foram percebidos em relação à desigualdades raciais. 

Com relação às desigualdades entre homens e mulheres, terceiro ODM, indicadores confirmam que ainda há no Brasil muitos espaços a serem alcançados pelas mulheres, como espaços de poder, prestígio e valor social, segundo apresentou o consultor do IPEA. “Persiste no Brasil um fenômeno da violência doméstica contra mulheres. No entanto, na questão da educação, as meninas apresentam indicadores mais positivos no campo educacional. Elas freqüentam a escola mais que os meninos”, disse.

A mortalidade infantil, segundo Constantino Mendes, tem apresentando também uma redução significativa no país. “Apesar de não ter ainda atingido a meta, pela projeção que é feita, o Brasil deve reduzir em, 58% a taxa de mortalidade na infância, até 20015”. O consultor explicou que entre 68 países, o Brasil é o segundo que tem apresentado uma maior redução na mortalidade na infantil.

Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo país, segundo Constantino Mendes, é no campo da saúde materna. “Apesar de avanços, ainda é preocupante a proporção de jovens que morrem por causas obstétricas”, afirma.

No combate à doenças endêmicas, são apresentados dados promissores de redução da tuberculose, hanseníase, malárias, mas ainda é possível reduzir mais esses índices. “A incidência da AIDS, por exemplo, está estabilizada desde 2000”, disse.

A questão ambiental, tema do sétimo ODM, também tem bom resultados, principalmente na questão do reflorestamento.

O último ODM, que refere-se ao envolvimento do país em prol do desenvolvimento internacional, o Brasil tem contribuído, cada vez mais, para a construção de uma agenda internacional, propondo e negociando mudanças nas regras de governança global.