Você conhece algum homem que vá ao médico por livre e espontânea vontade? Mesmo sem sentir nada, apenas para ver se a saúde vai bem? Conhece? Sorte sua, porque eles são minoria. Isso é o que comprova uma pesquisa sobre hábitos de vida dos brasileiros realizada pelo Ministério da Saúde em 2007.
Cuidar da saúde é uma questão cultural. Enquanto as mulheres aprendem, desde cedo, que é preciso ir regularmente ao ginecologista - e, depois, quando se tornam mães, que é preciso levar os bebês ao pediatra -, os homens não são criados com esse hábito.
Como o papel de provedor ainda é bastante forte na cultura atual, o sexo masculino não pode se fragilizar e comprometer esse papel familiar. É considerado como o sexo forte e acredita ser mais resistente às doenças. "É característica do homem esperar algo incomodar para procurar o médico. E em algumas vezes, procura se tratar de alguma doença sem procurar um médico, com um vizinho ou um balconista de farmácia", explica o urologista Alexandre Aranha Trigueiro", médico cooperado da Unimed JP.
Segundo ele, é mais comum o homem procurar o médico quando é forçado ou então quando tem um exemplo de uma pessoa próxima que teve algum problema de saúde. "É difícil o homem sem nenhum incentivo como esse procurar um médico para prevenção de algum problema. No entanto quando ele vai uma vez e desmistifica alguma questões, é mais fácil para se cuidar periodicamente", explica.
PREVENÇÃO
Por mais batida que esteja essa máxima, ainda faz todo sentido quando o assunto é saúde. E no caso dos homens também deve ser aplicada, mesmo que a agenda esteja lotada. É preciso fazer sobrar tempo para ir ao médico entre um compromisso e outro.
No Brasil, os problemas cardiovasculares estão entre as principais causas de morte - e entre os homens a incidência é maior. Isso se reflete diretamente nos consultórios dos cardiologistas. Lá os homens são maioria, ainda que não esmagadora.
A prevenção pode ser feita com check-up periódico para controle dos fatores de riscos cardiovasculares, como sobrepeso, obesidade, diabetes, colesterol, hipertensão arterial, entre outros.
Mas, quando se fala em prevenção, não basta ir ao médico periodicamente. Se não houver mudança de hábitos, de nada vai adiantar fazer visitas regulares.
Evitar o cigarro e o álcool em excesso, alimentar-se de forma saudável, reservar um tempo para o lazer, para o convívio com a família e para desenvolver a espiritualidade também fazem parte de uma atitude preventiva.
VENCER PRECONCEITOS
Outro problema entre os homens são os preconceitos com determinados exames. Como o que detecta câncer de próstata, outra das principais causas de morte. O diagnóstico traz boas chances aos pacientes, mas para isso é preciso quebrar o tabu e realizar o exame de toque retal periodicamente.
"O exame de toque não dói e não meche com a masculinidade de ninguém", alerta o urologista Alexandre Trigueiro. Esse exame deve ser realizado anualmente a partir dos 45 anos. Se houver histórico familiar de câncer na próstata, o primeiro toque deve acontecer aos 40 anos.
EXAMES ESSENCIAIS
Confira os principais exames do check-up masculino:
- Exames de sangue para verificar os níveis de colesterol total e frações, triglicérides, glicemia e insulina
- Avaliação de calcificação em coronária
- Função hepática
- Ácido úrico
- Câncer de próstata: dosagem da enzima PSA
- Câncer de cólon: colonoscopia
- Função pulmonar, indicada aos fumantes
- Raio X de tórax para avaliar os órgãos sólidos