Hoje em dia, é senso comum que o acompanhamento médico ao longo da vida é fator decisivo para o mapeamento e prevenção de diversas doenças. No entanto, nem todos possuem a mesma percepção quando o debate se volta para o primeiro médico a nos acompanhar: o pediatra.
Mesmo tendo papel fundamental no desenvolvimento de crianças e jovens, grande parte dos pediatras deixa de ser visitada antes do período indicado. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), este hábito dobra as chances de hospitalização. Por isso, é importante estar atento e cumprir o cronograma de consultas de seu filho.
A SBP explica que as atribuições do pediatra vão além dos cuidados com a saúde da criança no que diz respeito ao tratamento de doenças. A pediatra e coordenadora clínica e técnica do Hospital Pediátrico Unimed, Alexandrina Lopes, explica que ajudar a prevenir problemas futuros também é função deste profissional. Isso significa que pais e responsáveis podem contar com o pediatra como um aliado para o sucesso do desenvolvimento infantil.
“O pediatra tem uma função social importantíssima que é dar suporte ao aleitamento materno, acompanhar o desenvolvimento da criança e orientar os pais quanto à alimentação, ao sono, à prevenção de acidentes na infância, bem como prevenir a violência infantil e doenças como a obesidade”, destaca a pediatra ao lembrar que os pediatras também participam da defesa de políticas públicas como a vacinação infantil.
Dos primeiros dias aos 18 anos, o pediatra acompanha uma das fases mais importantes na formação humana. Para Alexandrina Lopes a profissão é um exercício constante de amor e dedicação ao futuro, já que cabe ao pediatra promover o bem-estar e inserir adultos com qualidade de vida na sociedade. “O pediatra é o médico do futuro, porque é ele que garante que tenhamos uma população saudável”, afirma.
CALENDÁRIO DE VISITAS
As recomendações sobre o número de visitas ao pediatra são específicas para cada faixa etária. Segundo a SBP, nos primeiros meses, o calendário é mais corrido, pois ocorrem visitas mensais. A partir dos 2 anos, passam a ser trimestrais. Já depois dos 6 anos, semestrais. E, dos 7 aos 18 anos, o paciente precisa ir ao pediatra uma vez ao ano.
Com o passar do tempo, a periodicidade das consultas diminui, mas isso não significa que a importância deixe de ser a mesma. Isto porque é a regularidade das consultas que garante o sucesso do desenvolvimento do paciente. Desta forma, recomenda-se que os responsáveis não negligenciem a rotina de consultas de seus filhos, mesmo que já estejam na adolescência: fase de transição em que muitos pacientes deixam de ir ao pediatra.
Alexandrina Lopes explica que o acompanhamento do público juvenil é muito importante, pois é neste momento que os adolescentes receberão, também, orientação quanto a questões relacionadas à interação deles em ambiente familiar ou escolar e aos riscos de violência aos quais estão expostos, por exemplo. Além disso, a pediatra explica que estes profissionais são preparados para oferecer orientação quando o assunto é sexualidade e iniciação da vida sexual. Tudo isso, com respeito à privacidade do paciente e garantia de sigilo.
“Estamos preparados para considerar as necessidades individuais específicas desta faixa etária, desde o surgimento de acne ao incentivo à prática de esportes e ao debate sobre, por exemplo, as condições de sono do paciente”, comenta ao enfatizar que existem subespecialidades voltadas ao atendimento deste público, como é o caso da hebiatria. O que importa é não perder a frequência no acompanhamento.
