Os médicos sabem que o câncer progride mais rápido nos pacientes que não conseguem lidar com o estresse gerado pela doença. As razões, entretanto, nunca foram muito claras, mas um estudo recente feito na Universidade Rutgers, em Newark, Estados Unidos, demonstrou que a beta-endorfina, substância produzida no cérebro e associado à sensação de bem-estar, participa diretamente deste fenômeno.
Os pesquisadores transplantaram células-tronco neurais, programadas para produzir a substância que dá a sensação de bem-estar, no fígado de ratos machos, nos quais a administração de certas drogas induziu o desenvolvimento do câncer de próstata. Comparados a um grupo-controle, que não recebeu as células-tronco, esses animais foram mais resistentes ao tumor, porque a beta-endorfina fortaleceu sua função imunológica, estimulando particularmente as células conhecidas como “natural killer”, que atacam diretamente as células cancerígenas.
Segundo os autores, tais resultados abrem perspectivas terapêuticas no estudo do câncer, que poderiam beneficiar principalmente os pacientes com a doença em fase inicial. Além disso, essa associação entre beta-endorfina e câncer poderia explicar, pelo menos em parte, porque pessoas com depressão, esquizofrenia e obesidade, cujos neurônios produtores da subetância de bem-estar se apresentam em menor número, são mais suscetíveis a infecções e tumores. O estudo foi publicado nos Proceedings of the National Academy.
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